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A importância da diversificação dos investimentos em cenários de risco
Os benefícios da diversificação de investimentos vão de proteção do patrimônio ao aumento das possibilidades de bons retornos com os ativos, porém, em tempos de risco ela se mostra ainda mais importante para o investidor.
A estratégia da diversificação pode ser bem definida em uma frase sempre lembrada pelos especialistas: “Não ponha todos os ovos em uma única cesta”. A diversidade de ativos disponíveis no mercado hoje também colabora com o método.
Quando se falou sobre diversificação pela primeira vez?
A estratégia de diversificação – ou Teoria Moderna do Portfólio – surgiu com o economista Harry Markowitz na década de 1950. Em 1990, seu trabalho foi reconhecido com o Prêmio Nobel de Economia.
Como os cenários afetam os investimentos
Os cenários de risco podem ser de diversos fatores, sejam eles de setores ou ativos específicos.
Porém, o perigo maior é quando o risco é local, porque isso envolve a economia de um país como um todo. No nosso país é chamado risco Brasil, e pode surgir a partir de incertezas políticas ou econômicas.
“Este risco local pode levar à queda de ações com receio de que a lucratividade das empresas possam cair, como também a uma aversão a investimentos locais com os juros subindo, cobrando um prêmio maior para você investir naquele local e assim a moeda tende a se desvalorizar”, afirma o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, que também escreve para a Inteligência Financeira.
Neste caso, a diversificação precisa ser ainda mais levada à sério, já que, mesmo tendo diferentes tipos de ativos, se eles estiverem dentro do cenário brasileiro podem ser influenciados pelos acontecimentos locais.
“Mesmo quem está diversificado alocado no Brasil, em renda fixa, multimercados, bolsa de valores, enfim, com diferentes ativos, mas todos eles locais, acabam percebendo uma volatilidade elevada na sua poupança e não necessariamente a recompensa pelo seu risco”, diz William.
Como proteger seu dinheiro do risco local
A diversificação é o melhor caminho para se proteger de risco em geral, porém no caso de risco local, diversificar internacionalmente é o melhor caminho, segundo Ian Cao, CIO da Gama Investimentos.
“A gente sempre reforça que a diversificação internacional é importante no sentido de uma locação estrutural, independente do ambiente risco local de curto prazo, mas que os efeitos são muito presentes no ambiente de aumento de risco local, onde os vetores de risco que acabam determinando o comportamento dos ativos são distintos. Então, o que impacta os ativos no resto do mundo não necessariamente é correlacionado com o que impacta o nosso risco Brasil”, afirma o diretor de investimentos da Gama.
A importância da descorrelação
Para o CIO, a ideia de proteção de investimento está ligada à descorrelação, ou seja, ativos que não necessariamente tem alguma ligação com o resto do portfólio.
Assim, os ativos dentro do Brasil estão naturalmente na correlação, porque eles estão todos debaixo dessa espécie de camada do risco Brasil. Então, quando você diversifica internacionalmente, você naturalmente está protegendo o seu portfólio local por conta da descorrelação.
Como investir no exterior
Segundo o especialista da Avenue, tradicionalmente no Brasil, até pouco tempo atrás, não tinha tanta opção para investir internacionalmente.
Era menos acessível e mais caro, então, a forma de se fazer era através de fundo cambiais, de empresas que tinham receitas atreladas ao dólar.
“Hoje qualquer investidor de varejo consegue buscar uma diversificação geográfica internacional e em diferente moeda. Você se protege do risco daquilo que acontece no Brasil, investindo por exemplo nos Estados Unidos, na Europa, na China e etc”, afirma William Castro Alves.
Existem dois caminhos principais que podem ser feitos, seja o investimento direto em ativos do exterior ou investimento em produtos ligados a investimentos externos, como BDRs, ETFs e fundos cambiais.
E como investir fora do Brasil?
Abaixo, elencamos 3 maneiras para você investir no exterior:
- Investimento direto: abrir uma conta no exterior ou uma conta em corretoras brasileiras que fazem investimentos diretos em ativos de fora do país;
- BDRs: os Brazilian Depositary Receipts, ou apenas BDR, são títulos negociados na bolsa brasileira que replicam o resultado das ações de companhias estrangeiras.
- ETFs: fundos de investimento que replicam índices, tendo opções de índices de bolsas extrageiras.
William ainda ressalta que investir em moedas fortes, como dólar e euro são bons caminhos, já que tradicionalmente o que a gente vê em momentos de estresse e incerteza é que a moeda do país reflete um pouco desse sentimento de risco. Ou seja, a moeda do país acaba se desvalorizando frente ao dólar.
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