Atriz de Barbie tem salário recorde, ajuda varejo, restaurantes e shoppings, mas ações não devem subir

Saiba quanto Margot Robbie recebeu pelo filme; relatório da XP analisa ações de empresas envolvidas

A estreia do filme da Barbie está fazendo história no mundo todo. Seja pelo marketing envolvido, número de pessoas vestidas de cor-de-rosa, salas de cinema abarrotadas, seja por ser o assunto mais frequente. E, agora, uma revelação volta a colocar o filme no topo das conversas: quanto a protagonista, Margot Robbie, recebeu. Aos 33 anos, Margot levou US$ 12,5 milhões – algo como R$ 59 milhões. E Ryan Gosling, o Ken, levou outros US$ 12,5 milhões. Segundo a revista Variety, o valor colocou a atriz no topo dos salários de Hollywood

Segundo dados da Abraplex, associação das empresas exibidoras, o longa é a segunda maior estreia do cinema brasileiro desde 2014, quando os filmes passaram a chegar aos cinemas às quintas-feiras. “Barbie” foi assistido nesta quinta por 1,4 milhão de pessoas, com uma renda de mais de R$ 22 milhões.

No primeiro final de semana, o longa superou as expectativas e arrecadou globalmente US$ 356 milhões (R$ 1,68 bilhão). Foram primeiros dia de ouro para o cinema, uma vez que “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, também foi além do estimado, faturando US$ 180 milhões (R$ 852 milhões).

Isso não é boa notícia apenas para as empresas de cinema. De acordo com relatório da XP, saem ganhando as empresas de vestuário e de alimentação, além das administradoras de shoppings. Um ganho, no entanto, moderado: o caixa vai ter um reforço, mas o efeito sobre as ações deve ser neutro.

Quem sai ganhando com a estreia do filme da Barbie

O relatório da XP listou as razões pelas quais os três setores devem sair ganhando mas não tanto assim com a estreia do filme da Barbie. O parecer é assinado por Danniela Eiger, head de varejo e co-head de equity research, por Ygor Altero, head de real estate; e pelo redator Iago Garcia.

Barbie no varejo

O ganho esperado para o varejo é o de promover vendas de merchandising da marca Barbie. Assim, espera-se que saiam ganhando especialmente Lojas Renner (LREN), C&A (CEAB3) e Riachuelo (GUAR3). As três empresas estão engajadas em buscar produtos associados à Barbie e também reforçando a tendência estética do momento nas suas estratégias de comunicação.

No entanto, a equipe da corretora não acredita que possa ser previsto um efeito positivo para as ações.

“Acreditamos que essas ativações podem contribuir para a melhora de fluxo dos varejistas mas não deve ser suficiente para ter um efeito material nos resultados, uma vez que essas coleções tendem a ser pouco representativas dentro do sortimento”, escrevem os analistas.

Barbie na comida

O setor de alimentação deve se beneficiar, espera a XP, não só aquelas empresas que estão engajadas com produtos inspirados na marca, especialmente o Burger King (ZAMP3), como também as demais. Isso tende a acontecer pelo aumento no fluxo de pessoas indo aos shoppings.

Isso inspira uma boa expectativa, mas ainda não representa mudança significativa. “Para ser mais material, o fenômeno teria que levar a uma venda cruzada relevante – o que não parece ser o caso”, explicam os analistas, antes de concluir pelo efeito neutro sobre as varejistas.

Barbie no estacionamento

Por fim, o relatório prevê um ganho para as empresas de shopping center. Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11) devem se beneficiar do aumento do faturamento com o estacionamento.

É um dado relevante, mas não suficiente para um impacto, uma vez que a principal fatia da receita dessas empresas é a cobrança de aluguel. Esses contratos são fixos e são reajustados pela inflação, sem grandes impactos por um aumento pontual de vendas.

“Não esperamos que os nomes listados, como Iguatemi, se beneficiem de um impacto relevante do ponto de vista de resultado (DRE) no trimestre”, conclui o relatório.

As contas da estreia do filme da Barbie

No dia da estreia do filme da Barbie, logo, o público brasileiro fez a sua parte para dar um resultado expressivo para o filme.

Resultado esse que é muito aguardado também por outras empresas, em especial a Mattel (MAT), dona da marca, e a Warner Bros. Discovery (WBD), estúdio que produz o longa. Ambas as empresas listadas na Nasdaq.

O live-action da Barbie, ao que tudo indica, deve dar lucro. O filme teve um orçamento considerado relativamente baixo, em torno de US$ 100 milhões (R$ 480 milhões), mais um tanto semelhante em publicidade. A expectativa, no entanto, aponta para um faturamento entre US$ 450 milhões e US$ 550 milhões (entre R$ 2,15 bilhões e R$ 2,63 bilhões, pela cotação atual).