Dona do Google fará recompra de ações de quase uma Petrobras

Empresa anunciou novo programa que será o maior desde 2019, de US$ 70 bilhões
Pontos-chave:
  • Quando fazem a recompra, as empresas sinalizam que suas ações estão baratas
  • Com menos papéis em circulação, o lucro por ação e os dividendo costumam aumentar

O conselho de administração da Alphabet, dona do Google (GOGL34), aprovou a abertura de um programa de recompra de ações. O anúncio foi feito com a divulgação dos resultados da empresa no 1º trimestre, cujo lucro foi de US$ 16,4 bilhões, queda de 8,3%. O novo programa é recorde. Para recomprar seus próprios ativos na Bolsa de Valores, a empresa destinou nada menos do US$ 70 bilhões, ou R$ 350 bilhões, considerando a cotação do dólar desta quarta-feira (27).

Para se ter uma dimensão do tamanho da operação, o valor é quase suficiente para comprar todas as ações da Petrobras, se a estatal estivesse à venda, considerando a cotação na B3, a estatal brasileira tem o maior valor entre empresas brasileiras, vale R$ 415 bilhões. Já quando consideramos o valor de mercado total da própria Alphabet, de US$ 1,5 trilhão, o dinheiro reservado representa 5% do total.

Os recursos aprovados são destinados a compras de ações classe A e classe C da dona do Google. O montante é maior do que os US$ 50 bilhões do ano passado e à autorização de US$ 25 bilhões em 2019.

A Alphabet informou que levaria em conta o preço das ações, bem como as condições de mercado ao decidir quando faria o movimento de devolver capital aos acionistas por meio de recompras. Vale lembrar que em 2021 a empresa realizou a maior recompra do que qualquer outra empresa pública, com exceção da Apple. A Meta, controladora Facebook, fez o terceiro maior programa, de acordo com o site de notícias CNBC.

Quando fazem recompra de ações, as empresas sinalizam ao mercado que suas ações estão baratas, e que esse é um bom uso do caixa disponível. Além disso, com menos papéis em circulação, medidas como lucro por ação ou dividendo por ação costumam aumentar.