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Ibovespa: saiba o que é, para que serve e como acompanhar o índice mais importante da B3
Todos os dias, é comum a gente se deparar com notícias sobre o Ibovespa (o principal índice da bolsa brasileira, também chamado de Ibov) estar em alta ou em baixa, não é mesmo? Mas, afinal de contas, o que significa tudo isso? O que o resultado do índice tem a ver com seus investimentos, se é que tem? Para acabar com as dúvidas, a Inteligência Financeira conversou com especialistas que trouxeram um verdadeiro bê-á-bá sobre a composição do Ibovespa e outros temas sobre o índice.
Desse modo, vamos começar pelo básico:
Qual o significado da sigla Ibovespa?
A abreviatura vem de Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Desse modo, o Ibovespa é considerado o principal índice de ações do mercado de capitais brasileiro. O que quer dizer que ele representa o desempenho médio das ações das empresas mais negociadas na B3, que é a Bolsa de Valores do Brasil.
“O Ibovespa serve como um indicador do comportamento geral do mercado acionário brasileiro, fornecendo informações sobre a performance e a volatilidade do mercado de ações no país. É amplamente utilizado por investidores e analistas para acompanhar a evolução do mercado e tomar decisões de investimento”, explica Volnei Flores, head de compliance e risk na Módulo Capital.
Lançado em 1968, o Ibovespa surgiu por meio da fusão entre a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BMF (Bolsa de Mercadores e Futuros).
“Então, você tinha a Bovespa especializada em negociação dos ativos, ou seja, compra e venda em um momento quase que instantâneo. E tinha também a BMF, que negociava o derivativo, que é um derivado do ativo, porém, nesse caso, a transação é feita em um instante mais largo de tempo, mais longínquo”, esclarece Rubens Moura, professor de ciências econômica das Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio (FPMR).
Criação da B3
Já em 2017, houve mais uma fusão, da Bovespa com a CETIP, que era a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados. Essa instituição fazia custódia de ativos, ou seja, gerenciava a ordem de compra e venda dos investimentos, além das transações financeiras, entre outros processos do mercado.
“Então, com essa fusão, surge a B3, que hoje é a nossa maior Bolsa de Valores. E por que o nome B3? Porque significa a união de três B´s: Brasil, Bolsa, Balcão”, afirma Moura.
Qual é a composição do Ibovespa?
Vale saber também que a composição do Ibovespa varia ao longo do tempo, pois a carteira teórica é atualizada periodicamente – a cada quatro meses – para refletir as mudanças no mercado acionário.
“Dessa forma, então, existe esse rebalanceamento das ações. E isto é feito para não deixar a seleção de investimentos muito viesada”, afirma o professor.
Já de acordo com Flores, a composição do Ibovespa possui ações de empresas selecionadas com base em critérios como liquidez (volume de negociação), representatividade setorial e valor de mercado.
“As ações incluídas no Ibovespa são ponderadas de acordo com a sua participação no valor de mercado total das ações elegíveis. Desse modo, empresas de grande porte e com maior liquidez têm maior peso no índice”, pontua.
Mas, por qual motivo a carteira teórica do Ibovespa é importante para o investidor?
- Referência do mercado: Os investidores podem utilizar o Ibovespa como um indicador para avaliar se suas próprias carteiras de investimento estão indo bem em relação ao mercado como um todo.
- Diversificação: A carteira teórica do Ibovespa é composta por ações de várias empresas de diferentes setores da economia. Isso oferece aos investidores uma oportunidade de diversificação em seus portfólios.
- Acompanhamento do mercado: A carteira teórica do Ibovespa fornece uma visão abrangente das principais empresas e setores representativos do mercado. O que permite acompanhar as tendências e a evolução do índice ao longo do tempo para decisões de investimento com base em informações atualizadas sobre a composição do Ibovespa.
- Investimento passivo: Muitos investidores optam por estratégias de investimento passivo, nas quais buscam replicar o desempenho do mercado como um todo em vez de tentar superá-lo ativamente. Por esse motivo, pode ser interessante estar de olho no índice.
‘Ibovespa em alta’… ‘Ibovespa em baixa’: o que isso quer dizer?
Como falamos logo no começo desse texto, todos os dias os noticiários de economia publicam se o Ibovespa está em alta ou em baixa. E, claro, vamos traduzir isso tudo para você.
Dito isso, quando o Ibovespa está em alta, significa que o índice está registrando um aumento em relação ao seu valor anterior. “Ou seja, as empresas estão crescendo e suas ações estão se valorizando”, conta Glerton Reis, economista e sócio fundador da A & G Assessoria Empresarial & Tributária.
No entanto, é importante ressaltar que a alta do Ibovespa não garante que todas as ações individualmente estejam em alta. “Algumas ações podem estar desempenhando melhor do que outras, mesmo durante um período de alta geral do índice. Portanto, é essencial analisar o desempenho das ações individualmente e considerar outros fatores antes de tomar decisões de investimento, como o seu perfil e objetivos”, ensina Volnei Flores.
Já quando o Ibovespa está em baixa, a premissa é a mesma. Portanto, significa que o índice está registrando uma queda em relação ao seu valor anterior. O que indica que a maioria das ações que compõem o Ibovespa está apresentando um desempenho negativo.
Por outro lado, novamente, nem todas as ações do índice são afetadas da mesma forma, e algumas podem até apresentar ganhos enquanto o índice está em queda. Por isso, a necessidade de avaliar, de forma individual, o desempenho de cada investimento.
O que significam os pontos do Ibovespa?
Esse é outro termo que sempre aparece nos noticiários de economia. Dessa forma, vale saber que os pontos representam o valor numérico do índice, que é determinado pela variação dos preços das ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa.
“Os pontos são utilizados para medir o desempenho geral do mercado de ações brasileiro ao longo do tempo. Além de ser uma referência para investidores acompanharem a evolução do mercado acionário”, acrescenta Flores.
Por exemplo, suponha que o Ibovespa esteja sendo cotado em 100 mil pontos. Se o índice subir para 100.500 pontos, significa que houve um aumento de 500 pontos ou 0,5%. Da mesma forma, se o índice cair para 99.800 pontos, significa que houve uma queda de 200 pontos ou 0,2%.
Táticas para acompanhar a composição do Ibovespa
E todos os dados mencionados podem ser visualizados em sites de finanças, corretoras, plataformas de investimento, aplicativos móveis, redes sociais e newsletters. “No site da B3, por exemplo, é possível filtrar a análise por ações, derivativos, índices e outros ativos negociados no mercado. Além de conferir maiores altas e baixas de ativos”, diz Reis.
E será que é preciso ficar de olho no índice todos os dias? Segundo os especialistas, a frequência com que você acompanha o Ibovespa depende do seu envolvimento com o mercado financeiro, seus objetivos de investimento e sua estratégia pessoal.
“Não há uma tática única que funcione para todos, pois cada investidor tem diferentes necessidades e estilos de investimento”, afirma Flores.
Mas, independentemente da frequência com que você acompanha o Ibovespa, é importante ter uma visão de longo prazo e não tomar decisões precipitadas com base em flutuações diárias do índice. É recomendável também considerar outras informações, realizar análises mais abrangentes e, se necessário, consultar profissionais financeiros para tomar decisões de investimento mais embasadas.
Quem investe só em renda fixa precisa acompanhar o índice?
A resposta é: sim! Ficar de olho no Ibovespa, mesmo que você só tenha investimentos de renda fixa em carteira, ajuda a ter uma visão geral do mercado de ações e até da economia. “Assim, você tem um maior panorama macroeconômico e uma análise comparativa criteriosa para adotar parâmetros de comparação assertivo em seu portfólio. Portanto, ter condições de avaliar no futuro uma decisão de mesclar e diversificar seus investimentos”, conclui Glerton Reis Jr.
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