GM reduz meta de produção de veículos elétricos pela segunda vez em um ano

As duas alterações nas projeções foram parcialmente atribuídas à desaceleração do crescimento no mercado de veículos elétricos

A General Motors (GM) reduziu sua meta de produção de veículos elétricos pela segunda vez em um ano. A empresa espera agora produzir de 200 mil a 250 mil veículos elétricos este ano, abaixo da sua previsão anterior de 200 mil a 300 mil, disse o diretor financeiro Paul Jacobson durante a conferência global do setor automotiva do Deutsche Bank.

A GM retirou em outubro a previsão de produzir 400 mil veículos elétricos até meados deste ano e na ocasião não divulgou uma nova meta. As duas alterações nas projeções foram parcialmente atribuídas à desaceleração do crescimento no mercado de veículos elétricos.

Na conferência, o diretor disse também que a GM está financiando a empresa de direção autônoma Cruise com parcelas menores de dinheiro. A GM está investindo US$ 850 milhões na empresa este mês, afirmou. Isso a manterá funcionando enquanto a GM explora qual será sua estratégia no futuro.

“É uma espécie de pagamento conforme o uso, mas isso nos dá tempo para continuar a buscar nossa revisão estratégica”, afirmou Jacobson. A Cruise gerou bilhões em perdas anuais para a GM desde que a empresa a adquiriu em 2016.

A GM também anunciou que seu conselho aprovou um novo programa de recompra de ações de US$ 6 bilhões. Segundo a montadora, a nova autorização lhe permitirá continuar comprando suas ações assim que o programa existente for concluído. Em novembro, a empresa anunciou um programa de recompra de ações de US$ 10 bilhões.

Juntos, US$ 16 bilhões equivalem a cerca de 30% do valor de mercado da empresa. O montante destinado à recompra de ações é substancial. Os gastos consistentes com recompras também são um sinal de que a administração está confiante na geração de fluxo de caixa livre nos próximos meses e anos.

“Os investimentos que a GM fez em suas marcas e portfólio de produtos nos últimos anos, e a disciplina operacional da empresa, estão proporcionando um crescimento consistentemente forte de receitas, margens e fluxo de caixa livre”, disse Jacobson, em comunicado.

“Estamos muito focados na rentabilidade do nosso negócio [tradicional], estamos crescendo e melhorando a rentabilidade do nosso negócio de veículos elétricos e distribuindo o nosso capital de forma eficiente”. A GM gerou cerca de US$ 11,7 bilhões em fluxo de caixa livre em 2023. O fluxo de caixa livre deverá ser de cerca de US$ 8,5 bilhões em 2024 e de US$ 6,7 bilhões em 2025, de acordo com a FactSet.

As ações da GM subiram 1,1% na Bolsa de Nova York, cotadas a US$ 48,10, a caminho da maior alta no fechamento desde fevereiro de 2022. As ações subiram 65% ante o final de novembro, pouco antes do anúncio da recompra de ações de US$ 10 bilhões. O retorno de capital aos acionistas e a resolução das negociações trabalhistas de 2023 com o sindicato United Auto Workers ajudaram a melhorar o sentimento dos investidores.

Uma consequência das recentes recompras é que as ações da empresa em circulação, utilizadas pelos analistas para estimar o lucro por ação, cairão. Isso terá o efeito de impulsionar as estimativas de lucro por ação de Wall Street para 2024 e 2025. Hoje, os analistas projetam lucro por ação para 2024 de US$ 9,40. As ações da GM estão sendo negociadas por cerca de cinco vezes esse valor.

Com informações do Valor Econômico