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Como negociar seu salário?
Esse tema mexe com muita gente, mas é uma discussão necessária. Nina Silva explica como se preparar para essa conversa
Hoje vamos falar sobre um assunto que deixa todo mundo tenso e sem saber como agir: a negociação salarial!
Temos que normalizar essa história de negociação salarial. A negociação faz parte da vida de todo mundo, desde quando a gente é bebê e chora para convencer nossa mãe que estamos com mais fome. Por que seria diferente na hora falar sobre dinheiro com os gestores da empresa que trabalhamos ou pretendemos trabalhar?
É verdade que há receio da outra parte não entender nossos argumentos, mas o fato é que a negociação salarial faz parte do mundo corporativo, desde o momento do processo seletivo.
Por isso, não adianta ficar sem graça, com medo ou se sentir pressionado a aceitar qualquer proposta pra garantir um trabalho. Lembre-se: essa não é a melhor estratégia a ser seguida.
Sabia que as próprias empresas esperam que você negocie o salário? Um estudo dos Estados Unidos apontou que – veja bem – 84% dos empregadores acham normal os candidatos discutirem a proposta. E se você acha que no Brasil vamos por outro caminho, errou!
Só que você precisa entender a diferença entre salário e remuneração pra poder conversar de igual pra igual com a empresa. O salário é o que a gente recebe em troca dos nossos serviços.
Já a remuneração é o nosso salário somado com outros benefícios, como vale-refeição, plano de saúde, ajuda de custo pra faculdade, comissões, bônus e outras mil coisas que podem ser oferecidas.
Muitas vezes, os benefícios fazem toda a diferença e tornam a proposta da empresa super vantajosa.
Por isso, a primeira coisa é sentar com calma e fazer as contas pra saber qual valor você precisa pra viver de uma maneira bacana e pagar as contas fixas do mês.
Qual seria o mínimo que você poderia aceitar, qual valor te deixaria satisfeito e qual seria aquele salário perfeito pra você ficar pulando de alegria?
A faixa salarial que você busca deve estar entre a segunda e a terceira situações: satisfeito e super feliz.
E mais uma vez: estamos falando de negociação, “ganha” – entre aspas – quem for o melhor negociador. Então, coloque uma gordura no valor pra você ter uma margem e chegar num patamar que seja interessante.
Existem outros pontos que você também precisa estudar para chegar preparado pra negociação e não ficar com cara de interrogação na frente do gestor.
Você tem que ter na ponta da língua quanto é o salário médio para o seu cargo. Pra isso, pesquise o valor pago por empresas de tamanho parecido com aquela que você quer entrar e que estejam na mesma região porque há diferenças salariais entre os Estados, tá?
E tem que levar em consideração também seu nível de experiência na área. Quem é iniciante ganha menos, quem é sênior recebe um salário mais gordinho porque tem mais responsabilidades dentro da empresa.
Sendo funcionário ou candidato, você tem que conhecer o momento da empresa. Ela está passando por uma crise ou corte de custos? Ou a companhia está indo de vento em popa?
Outra coisa é analisar a situação econômica do país. Fique atento à realidade atual pra negociar com os dois pés no chão e ter argumentos fortes.
Em seguida, pense e mostre o quanto seu trabalho e conhecimento poderão agregar à empresa.
Foque nas suas habilidades e experiências e deixe claro que te contratar vai fazer total diferença pra companhia. Explique como você pode reforçar o time, aumentando a performance pra empresa atingir todos os objetivos do ano.
Vale reafirmar também o interesse que você tem em trabalhar ali e que está disposto a chegar num denominador comum, bom pra ambos.
Ao entrar numa reunião sobre salário, você tem que ter muitas cartas na manga. Por isso, chegue sempre com várias opções de valores e argumentos na ponta da língua.
Os empregadores podem aceitar sua proposta de cara, podem querer baixar ou, então, podem bater o pé e insistir no valor inicial. Tudo é possível. O ponto é não se desanimar, caso a conversa não saia como o esperado e saber conversar, explicando os motivos de você querer determinado salário.
E se, de repente, não conseguir chegar no valor que gostaria, mas, mesmo assim, quiser entrar na empresa, proponha soluções alternativas, como horários flexíveis, ajuda de custos em cursos e treinamentos. E deixe em aberto uma nova conversa pra rediscutir o salário dali a alguns meses.
Quando a gente entra numa negociação, precisa ter jogo de cintura. Tenha isso em mente, que eu garanto que você vai conseguir se dar bem. Nosso papo termina por aqui e espero que essas dicas possam te ajudar.
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