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Santander deve iniciar uma melhora lenta e gradual a partir deste balanço, mas retomada mais forte somente em 2024
Empresas citadas na reportagem:
O Santander Brasil (SANB11) vai abrir nesta terça (25) pela manhã a temporada de balanços do setor financeiros, com uma expectativa de melhora em relação ao 4º trimestre de 2022, afetado pela provisão com as Americanas (AMER3) e problemas com inadimplência.
O mercado, de forma geral, espera resultados mistos para os bancos neste 1º tri: Acreditam que Banco do Brasil e Itaú Unibanco sigam bem e que Santander e Bradesco (BBDC4) tenham mais um trimestre decepcionante.
Santander e Bradesco seguiram afetados por maiores provisões e uma margem financeira (NII) afetada pelo mercado apertado.
A XP Investimentos apontou que as receitas com juros (NII) de Bradesco e Santander ainda estarão pressionadas pelas taxas de juros mais altas. Além disso, espera-se que a reversão dessa tendência provavelmente ocorra somente no 2º semestre deste ano.
Apesar da expectativa de aumento de juros não ser esperada, o cenário de Selic elevada deve continuar a pressionar o resultado de tesouraria (NII Mercado) em 2023, que não deve ser muito diferente do reportado em 2022, mas com uma evolução contraria: pior no 1º semestre, melhorando no 2º semestre.
O custo de crédito deve continuar pressionado, mas deve ter uma evolução bem melhor que em 2022, quando a PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) expandindo em vultuosos 80% ano a ano.
Para 2023 é projetado uma PDD crescendo mais ou menos em linha com o crescimento do crédito (um pouco menos de 10%) a depender do provisionamento de Americanas que até agora foi de apenas 30% dos créditos tóxicos, diferentemente dos bancos que provisionaram 100%.
Veja as Projeções
A mediana das projeções coletadas pela IF aponta uma melhora nos resultados da operação brasileira em relação ao 4º trimestre de 2022 – afetado pela Americanas (AMER3) – mas ainda bem abaixo do 1º tri de 2022, um ano atrás.
Foram compilados dados de quatro bancos ou casas de análise, que projetam um Lucro Líquido Recorrente de R$ 2,27 bilhões neste primeiro trimestre, valor que corresponde a uma queda de quase 50% ante o 1T22 e um avanço de 23% ante o quarto trimestre de 2022.
A receita com serviços esperada pela mediana é de R$ 4,80 bilhões no 1º trimestre. O valor corresponde a uma alta de 4% na comparação anual e uma queda de 5% ante o trimestre imediatamente anterior.
Já para o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) a expectativa é que o banco entregue 14% no 1T23, que equivale a uma queda de 7,3 pontos percentuais ante 1T22 e uma redução de 2,5% ante o 4T22.
“Embora esperemos um aumento de dois dígitos na carteira de crédito do Santander, seu NII deve apresentar uma queda de 10% em base anual, estável no trimestral. Esse desempenho se deve principalmente à menor receita de atividades de mercado. Antecipamos uma taxa de inadimplência ligeiramente mais alta de 4,5% (0,2 p.p. ante o 4T22), mas ainda em níveis controlados”, apontou a XP Investimentos.
Retomada somente em 2024
Com a inadimplência ainda em alta, tesouraria com resultados negativos por conta da Selic elevada e a margem com clientes sob pressão por um mix mais cauteloso, espera-se mais um ano de lucros decrescentes.
Segundo Eduardo Nishio, da Genial Investimentos, em 2022, o lucro líquido recorrente do banco caiu 21% ante 2021. Para este 2023, espera-se uma queda mais suave de 10% anual, chegando a R$ 11,65 bilhões e um ROE ainda pressionado de 13,7%.
“Desta forma, esperamos que o lucro e rentabilidade do Santander Brasil voltem apenas em 2024”, completou Nishio.
Americanas
A genial acredita que o Santander pode realizar novas provisões durante o ano, conforme o desdobramento da recuperação judicial.
No 4T22, o banco provisionou 30% da carteira total, assim, ainda possui espaço para novas provisões, que impactaria os resultados.
Em conversa com o Santander, a companhia acredita que não será necessário fazer uma provisão de 100% dos créditos tóxicos de Americanas, mas que pode ter algumas provisões ao longo do ano.
Imposto
A projeção de alíquota de imposto para o 1º tri é de 22,8% e 26% para todo o ano de 2023, sendo beneficiada, principalmente, pelo pagamento de JCP (Juros sobre Capital Próprio).
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