Lula estuda nova solução para o Ministério da Fazenda
Lula estuda nova solução para o Ministério da Fazenda
Ministério da Fazenda ficaria com um economista do grupo tucano, segundo confidenciou à IF uma fonte do primeiro escalão do PT, próxima ao presidente eleito. Fernando Haddad iria para o Planejamento
Com essa estratégia, o presidente eleito Lula pretende agradar ao mercado financeiro e manter o controle sobre uma das pastas essenciais para o sucesso do novo governo
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sobre sua mesa uma proposta de solução para aplacar o mau humor do mercado financeiro com relação ao nome de Fernando Haddad (PT) para o Ministério da Fazenda.
Segundo uma fonte próxima a Lula informou à IF, para o Ministério da Fazenda, o presidente eleito estuda indicar um dos economistas da esfera do PSDB. Seria um nome que apoiou a eleição de Lula e está dando sugestões para a futura administração. Haddad iria, segundo a mesma fonte, para o Ministério do Planejamento.
A solução seria uma inversão da lógica com que o PT vinha trabalhando.
Haddad é o favorito para ocupar o Ministério da Fazenda, se a escolha dependesse exclusivamente da cúpula do PT, que defende para o Planejamento um nome 100% afinado com o mercado financeiro.
A possibilidade de Haddad – ministro da Educação de 2005 a 2012 e candidato derrotado ao governo de São Paulo na última eleição – ficar com a Fazenda, somada aos comentários de Lula sugerindo que seu governo teria menos preocupação com a área fiscal do país, deixaram os investidores ressabiados na semana passada.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, terminou a semana passada com queda acumulada de 3,01%. No mês, o recuo é de 6,18%. Já o dólar comercial teve valorização de 0,77% na semana. No acumulado do mês de novembro até aqui, a moeda americana tem alta de 4%.
Com isso, segundo a mesma fonte, Lula estuda indicar um dos economistas da esfera do PSDB. Os novos ministros já teriam sido sondados. Com essa estratégia, Lula conseguiria agradar ao mercado financeiro, que teme a indicação de alguém muito à esquerda para gerenciar a política econômica, e ao mesmo tempo mantém controle de boa parte do que é feito do Orçamento da União.
Durante a campanha eleitoral, Lula deixou claro que pretendia desmembrar a Fazenda e o Planejamento, que foram reunidos na pasta da Economia pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua opinião, a junção prejudicou o debate das questões econômicas e o avanço célere das medidas.
Lula também sinalizou a disposição de criar mais ministérios. Atualmente, são 23 pastas ministeriais. Considerando a divisão de áreas do Gabinete de Transição, esse número poderia chegar a 31 a partir de 2023.