Após atos golpistas, Lula e comandantes das Forças Armadas se reúnem nesta sexta

Tensão após tentativa de golpe e 'modernização' devem ser pautas da reunião entre Lula, chefes das Forças Armadas e presidente da Fiesp

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta sexta-feira, às 10h, com o ministro da Defesa, José Múcio, e com os três chefes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). O encontro acontece alguns dias depois de militares terem sido acusados de dificultarem a prisão de pessoas envolvidas na invasão das sedes dos poderes em Brasília.

Os comandantes das três forças, general Júlio Cesar de Arruda (Exército), almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha), e o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica) já se encontraram com Lula e estão em reunião no momento, iniciada às 10:00 (horário de Brasília).

Desde o início da semana, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem negociando este encontro junto ao Ministério da Defesa como forma de pacificar o clima entre o governo e as Forças Armadas. Apesar disso, Costa vem dizendo que a reunião tem outro objetivo: discutir apenas um projeto de modernização do Exército, Marinha e Aeronáutica. O encontro deve durar cerca de cinco horas, segundo a agenda do presidente.

Presidente da Fiesp está presente

A agenda do presidente Lula prevê ainda a participação do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes. Isso porque ele deve opinar sobre possíveis Parcerias Público-Privadas (PPPs) que estão sendo discutidas justamente para modernizar as forças.

Apesar da presença de Gomes, na segunda-feira (16), representantes de sindicatos da federação encaminharam votação que terminou decidindo pela destituição de Josué da função.

Na ocasião, foram realizadas duas assembleias. na primeira Josué deu explicações durante uma hora e meia para responder 12 perguntas feitas pelos representantes sindicais. Houve tumulto e Josué acabou deixando o local.

Em seguida, foi encaminhada uma segunda plenária, na qual a votação decidiu pela remoção do empresário da presidência com 47 votos a favor, 1 contrário e duas abstenções.

Os sindicatos que apoiam Josué consideram que a segunda assembleia não foi válida. Até agora, a Fiesp não registrou a ata da assembleia em cartório.