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Santander sobe preço-alvo de Arezzo, Renner, C&A e mais duas de moda
O Santander apresentou relatório de análise de investimentos sobre o setor de moda nesta quinta-feira (22) com algumas projeções bem positivas para o setor, mas alguns players se destacam mais do que outros nesse cenário.
Uma das beneficiadas é a Arrezo&Co (ARZZ3), que teve preço-alvo recalculado para R$ 129, ante os R$ 111 anteriores, alta de 29,6% ante a cotação registrada no começo da tarde. A recomendação de compra foi mantida, e o papel apontado como um dos preferidos do setor.
De acordo com os analistas Ruben Couto e Eric Huang, a Arezzo &Co teve um desempenho robusto nos últimos 18 meses, em direção contrária aos demais nomes do segmento de moda brasileiro e superando as estimativas do mercado.
O Santander afirma que a companhia se beneficia da maior exposição ao mercado de alta renda, além de um portfólio de marcas diversificado.
Além disso, a varejista tem canais de venda diversificados e fortaleceu suas operações de comércio eletrônico em meio à pandemia, enquanto capturou os benefícios da reabertura de lojas físicas com destaque para marcas como a Reserva.
Os analistas estimam fortes resultados da companhia nos próximos meses, com expectativas robustos para as marcas Vans e Arezzo, e não veem sinais de desaceleração.
Track&Field
O preço-alvo para os papéis preferenciais da Track & Field (TFCO4) saltaram para R$ 16, ante os R$ 12 anteriores, alta de 34,4% ante a cotação registrada há pouco. A recomendação foi mantida em compra.
O relatório destaca que a companhia vem entregando “resultados consistentes”, impulsionada pela tendência favorável de roupas esportivas, principalmente em razão da retomada de eventos como torneios de “beach tennis” após o auge da pandemia.
Os analistas afirmam que a tendência para os próximos períodos é de desaceleração, considerando a normalização após um período de forte crescimento.
Para o segundo semestre do ano, porém, os números ainda devem se beneficiar do amadurecimento de lojas recém-inauguradas e o retorno de receita de eventos já promovidos. Outro destaque, na visão do Santander, é a exposição entre consumidores de maior renda.
Marisa
O Santander também elevou o preço-alvo para 2023 das Lojas Marisa (AMAR3) de R$ 2,70 para R$ 3,00, mas manteve a recomendação neutra para os papéis. O novo preço representa alta potencial de 20% sobre a cotação atual das ações
“Embora destaquemos as vendas positivas da Marisa e a recuperação da margem bruta nos primeiros seis meses do ano, a empresa ainda enfrenta um cenário desafiador devido ao poder de compra do consumidor pressionado e o MBank (a plataforma de produtos e serviços financeiros das lojas Marisa) ainda mostra alguns sinais de deterioração dos resultados”, afirmam Couto e Huang.
Além disso, eles pontuam que os próprios desafios da Marisa para reativar o crescimento da receita estão mantendo a empresa no modo de recuperação, e mesmo que venha apresentando algum progresso, segue longe de seu potencial total.
Renner
O Santander elevou o preço-alvo para os papéis ordinários da Lojas Renner (LREN3) para R$ 37, ante os R$ 34 anteriores, o que representa potencial de alta de 32,6% ante a cotação registrada no início da tarde desta quinta (22). A recomendação foi mantida em compra, e o papel apontado como um dos preferidos do setor.
Os analistas afirmam que a companhia refletiu um desempenho superior aos pares no primeiro semestre deste ano, com crescimento de 47% da receita de varejo em relação ao mesmo período de 2019. C&A e Guararapes avançaram 24% e 22% no mesmo recorte temporal, respectivamente.
Os resultados da Renner no segundo trimestre “superaram significativamente” o consenso de expectativas do mercado, com forte desempenho operacional do varejo, dizem.
Já o segmento financeiro reportou resultados fracos, considerando que a inadimplência levou a uma queda de Ebitda de 76% no comparativo anual. O pico de inadimplência é esperado para o terceiro trimestre deste ano, embora a carteira de crédito deva gerar crescimento de receita.
A expectativa é de que a liderança da Renner no setor continue nos próximos anos, apesar da deterioração do cenário macro, refletindo alto volume de investimentos, como no novo centro de distribuição de Cabreúva. A margem Ebitda da empresa deve recuperar os níveis de 2019 entre 2024 e 2025.
C&A
As ações da C&A (CEAB3) tiveram preço-alvo recalculado para cima, de R$ 3,50 para R$ 4,00, mas possuem recomendação neutra, segundo o banco.
O novo preço representa alta potencial de 19,40% sobre a cotação atual das ações. A atualização das estimativas incorpora os resultados divulgados no último trimestre e as últimas previsões macroeconômicas da equipe do Santander.
“Nossas novas estimativas pressupõem um aumento médio de 3% na receita em 2022-24, um aumento de 113 pontos base na margem bruta do varejo no mesmo período e um Ebitda praticamente inalterado em 2022-23, com essa métrica subindo 10% em 2024”, avalia a casa. Já para 2022, as estimativas de prejuízo líquido se deterioraram 8%, enquanto para 2023 e 2024 as projeções de lucro líquido caíram 37% e aumentaram 7%, respectivamente.
E, 2021, a empresa recomprou seus direitos de operar o próprio produto de financiamento ao consumidor, o C&A Pay, “um movimento fundamental”, na opinião do banco, permitindo que a C&A ofereça aos clientes opção de crédito para compras nas lojas. Isso deve aumentar as vendas e colocá-la em linha com concorrentes como Renner, Guararapes e Marisa, avaliam os analistas.
Por outro lado, embora seja um movimento estratégico importante, os analistas acreditam que o investimento na C&A Pay, juntamente com o ambiente macro ainda desafiador, pode continuar prejudicando a geração de fluxo de caixa da companhia e o impulso dos lucros no curto e médio prazo.
Guararapes
As ações da Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, tiveram preço-alvo reduzido para R$ 11,20 e recomendação neutra. O preço-alvo para 2023 calculado anteriormente era de R$ 12,70. O novo preço representa alta potencial de 17,52% sobre a cotação atual das ações.
O banco segue com uma postura mais conservadora em relação à companhia diante da persistência dessa lacuna de desempenho e do cenário macroeconômico ainda desafiador, com inflação elevada e estimativas negativas do PIB para 2023 que podem prejudicar o crescimento das vendas no varejo.
Couto e Huang, que assinam o relatório, baseiam o caso de investimento para a Guararapes na possibilidade de a companhia provar que as melhorias operacionais e os investimentos focados em tecnologia e digitalização estão diminuindo sua lacuna operacional em relação à referência de longa data do setor, a Renner.
“Reconhecemos que a empresa alcançou conquistas significativas, principalmente na frente de digitalização e em sua estrutura societária, graças à profissionalização da gestão. Apesar disso, destacamos que os resultados recentes mostraram que essa comparação de desempenho com a Renner ainda é relevante, principalmente quando se analisa a produtividade das lojas”, afirmam.
Eles apontam que, após um primeiro trimestre ameno, os resultados da Guararapes no segundo trimestre apresentaram melhora, principalmente no segmento de varejo, onde as vendas dos primeiros seis meses do ano cresceram 27% em relação ao mesmo período no pré-pandemia, em 2019.
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