Rendimentos dos Treasuries sobem com teto da dívida e comentário do Fed em foco

Comentários de dirigentes do Fed continuam no radar dos investidores, à medida que o mercado ajusta expectativas sobre os próximos passos da entidade

Os rendimentos dos Treasuries operam em alta nesta terça-feira, com as negociações sobre o teto da dívida dos EUA ainda em foco. Além disso, comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) continuam no radar, à medida que o mercado ajusta expectativas sobre os próximos passos da entidade, na véspera da divulgação da ata.

Às 09h04 (de Brasília), o rendimento da T-note de 2 anos subia a 4,385%, de 4,341%, no último fechamento. Já o retorno da T-note de 10 anos tinha alta de 3,715% a 3,746%, no mesmo intervalo.

O ING comenta que, apesar de ainda não haver um acordo, as negociações para evitar um calote da dívida do Tesouro dos EUA avançam. “As discussões de ontem entre o presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, para aumentar o teto da dívida foram descritas como ‘produtivas’”, diz o banco holandês.

O analista de câmbio do MUFG Lee Hardman destacou à Dow Jones Newswires que, além dos comentários tranquilizadores após a reunião entre Biden e McCarthy sobre o teto da dívida, o aumento nas taxas também foi incentivado por comentários de autoridades do Fed, com o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, sinalizando mais dois aumentos nas taxas de juros. “Desde então, as expectativas para um aumento dos juros em junho aumentaram”, aponta Hardman. Mais tarde, quem fala é a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan.

“Embora parte da alta nas taxas de 2 anos possa ser atribuída ao aumento da confiança de que o Fed será capaz de manter a terminal (5,25%) em 2024, ainda restam cerca de 50 pontos base de cortes nas taxas precificados até o final de janeiro”, diz o BMO. Monitoramento do CME Group mostra que está embutido 81,2% de chances de manutenção da taxa de juros no nível atual em junho, enquanto a probabilidade de alta de 0,25 pontos porcentuais está em 18,8%. Já para cortes, a expectativa majoritária é de que eles comecem em novembro.