Renda fixa terá desempenho melhor que a variável no governo Lula, diz Jakurski
André Jakurski, sócio e diretor da JGP, fala sobre a relação entre a rentabilidade da Bolsa e dos ativos atrelados a juros no próximo governo
O desempenho da renda fixa deve superar o da renda variável nos anos do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, considerando a expectativa de manutenção da taxa de juros em níveis altos, segundo André Jakurski, sócio-fundador e diretor da JGP.
Para ele, por mais que as ações das companhias subam, é difícil que, no médio prazo, elas consigam superar o retorno de ativos atrelados aos juros.
Em evento promovido hoje pela JGP, Jakurski disse que não gosta de fazer previsões, mas que acredita que, durante os próximos anos, a taxa de juros será maior “do que a gente imaginaria em um governo mais conservador”.
“Provavelmente, os ativos financeiros ex-juros não vão ter uma perfomance tão alvissareira. É o que posso dizer em termos de perspectiva”, disse.
Ainda sobre o país, Jakurski afirmou que as próximas semanas serão fundamentais para definir qual cenário os investidores devem enfrentar daqui para frente, considerando o desfecho das discussões envolvendo a proposta de emenda constitucional (PEC) da Transição e o anúncio dos nomes da equipe do próximo presidente.
Sobre a PEC, ele acredita que a proposta aprovada vai prever gastos extra-teto de R$ 110 bilhões a R$ 120 bilhões. “É uma batalha. O governo vai querer aumentar ao máximo o dinheiro fora do teto, pelo prazo mais longo possível. Do outro lado, o Congresso vai querer segurar um valor menor, pelo menor tempo possível”, disse.
A composição da equipe de Lula é outro ponto que demanda atenção, afirmou, pois deve indicar qual será a “intensidade” das medidas que o futuro governo deve tomar. “Dependendo disso, você vai ter uma noção maior ou menor da intensidade de movimentos que já foram dados.”
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