Mercado hoje: Ibovespa dispara 5,5% e dólar tem maior queda em 4 anos após resultado do 1º turno

Exterior positivo também contribuiu para o desempenho de hoje

A sessão desta segunda-feira (3) foi extremamente positiva para os ativos brasileiros, com investidores reagindo ao resultado das eleições presidenciais. O Ibovespa disparou e fechou em alta de 5,54%, aos 116.134 pontos.

No câmbio, o real teve desempenho histórico e o dólar recuou 4,02% ante a moeda brasileira, negociado a R$ 5,1770. No fechamento da última sexta-feira, a divisa valia R$ 5,3941.

Este foi o maior tombo do dólar desde 8 de junho de 2018 (-5,6%). Sem considerar sessões em que houve intervenção do Banco Central, foi o maior recuo da moeda norte-americana ante o real em 14 anos, desde outubro de 2008.

Ativos brasileiros exibiram força após o primeiro turno das eleições para presidente ter resultado muito mais apertado do que previam os principais institutos de pesquisa. A sensação que o mercado tem é de que, mesmo com vitória de Lula, o governo deve se direcionar mais para o centro com a nova composição do Congresso.

Os mercados também tiveram apoio do exterior, que viveu dia de recuperação hoje. As bolsas de Nova York subiram pelo menos 2,5% e a Europa seguiu o bom humor norte-americano.

Os papéis da Petrobras (PETR3, PETR4) foram o grande destaque do pregão. As ações ordinárias (PETR3) dispararam 8,86%, enquanto as preferenciais (PETR4) subiram 7,99%.

As ações da Sabesp (SBSP3) subiram 16,94% com a eleição para governador em São Paulo indo para o segundo turno. Analistas do Credit Suisse avaliam que o resultados das eleições nos estados favorece a agenda de privatizações.

Banco do Brasil (BBAS3) avançou 7,63%, seguindo tendência das estatais em disparada após os resultados de ontem.

Por outro lado, ações do setor de educação, que o mercado coloca na lista de beneficiadas em um eventual governo Lula, fecharam em queda. Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) recuaram 0,34% e 1,59%, respectivamente. Estas foram as únicas quedas do Ibovespa hoje.

O bolsonarismo teve vitórias importantes no legislativo. Ex-ministros, o vice-presidente Hamilton Mourão e Magno Malta, apoiador de Bolsonaro, foram eleitos para um mandato de oito anos no Senado Federal.

Ainda no cenário local, o Boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado financeiro para a economia brasileira continua melhorando. A projeção para a inflação caiu, enquanto a do PIB subiu, de novo.

Lá fora, investidores acompanham a crise no Credit Suisse, que pode impactar o sistema bancário como um todo. Em julho, a companhia afirmou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e com menos riscos. Na última semana, o presidente da instituição, Ulrich Koerner, chegou a falar que este é um “momento crítico”, o que assustou os investidores e agravou a crise de confiança. Recentemente, as ações do banco caíram 21% no último mês e os spreads de seu CDS (Credit Default Swaps, uma espécie de “seguro” contra calotes) subiram para os nível mais alto do ano.

Executivos do segundo maior banco da Suíça passaram o fim de semana tentando acalmar investidores e grandes clientes.