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Alta dos combustíveis deve afetar mais aéreas da América Latina, diz associação
A disparada do petróleo deve afetar de forma mais drástica a operação aérea na América Latina do que no restante do mundo, destacou Peter Cerdá, vice-presidente regional da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) para as Américas.
“Nossa região vai ter impacto ainda maior. Aqui tem grandes taxas para a indústria da aviação. No Brasil o combustível é taxado como uma commodity importada em um país que produz o produto. É algo que estamos falando com os governos para que tenham sensibilidade com a indústria”, disse, durante o Wings of Change, evento da Iata para debater o futuro da aviação sustentável.
Cerdá destacou que a alta dos combustíveis vai encarecer os bilhetes e tende a até suspender rotas – como aconteceu no Brasil. A América Latina, acrescentou, é muito mais dependente do modal aéreo do que Estados Unidos e Europa. A queda na oferta aérea tende a deixar regiões praticamente ilhadas. O combustível responde por algo entre 35% e 40% do custo do setor aéreo na região.
Cerdá relembrou os números estimados para o setor em 2022. A estimativa é que as aéreas da América Latina e Caribe fechem o ano com prejuízo de US$ 3,7 bilhões. Globalmente, a estimativa é perdas de US$ 11,6 bilhões – a única região a ter lucro é a América do Norte, com US$ 9,9 bilhões.
Os números foram projetados pela Iata em dezembro e, diante da crise do petróleo e outros desafios enfrentados pelo setor neste ano, o cenário pode se deteriorar ainda mais, acrescentou.
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