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Itaú eleva projeção do PIB de 2023 de 1,1% para 1,4%; XP e Santander acompanham
O Itaú revisou suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e de inflação para o Brasil em 2023. A projeção de crescimento do PIB neste ano foi elevada de 1,1% para 1,4%, já a de inflação foi cortada de 6,1% para 6,0%.
Em relatório enviado a clientes, o economista-chefe Mario Mesquita afirmou que os bons resultados da atividade no curto prazo e preços mais baixos por conta da apreciação cambial levaram às revisões.
“Para o PIB fechado de 2023, elevamos nossa projeção para 1,4% ante 1,1%. Os bons resultados de curto prazo e a diminuição do risco de uma deterioração mais forte do mercado de crédito contribuíram para a melhora das expectativas do PIB deste ano. Nossa projeção de crescimento do PIB em 2024 se manteve estável em 1,0%, com a atividade ainda sentindo os efeitos da política monetária contracionista”, escreveu.
Mesquita afirmou ainda que, após a divulgação das pesquisas mensais de fevereiro, o tracking do PIB do Itaú para o primeiro trimestre deste ano avançou para alta de 1,2% na comparação mensal e 3,1% ante fevereiro de 2022.
Para o segundo trimestre, o Itaú revisou a variação do PIB de -0,1% para +0,3%. Isso porque o indicador diário de atividade (IDAT-Atividade) aponta para uma desaceleração mais moderada da economia em abril.
“Assim, nossas projeções preliminares mostram evolução ligeiramente positiva da atividade econômica entre abril e junho”, afirmou.
Em relação à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco rebaixou a projeção para 2023 e manteve a de 2024.
“Revisamos nossa projeção para o IPCA 2023 de 6,1% para 6,0%. Revisamos a inflação de alimentação no domicílio e industriais para baixo seguindo uma trajetória de câmbio mais apreciado ao longo deste ano”, escreveu Mesquita.
“A normalização nos preços de fertilizantes e a expectativa de El Niño na janela de plantio de soja e milho devem continuar impulsionando os preços de grãos para baixo, o que deve se traduzir em preços de proteínas mais baixos.”
Ele afirma que os potenciais riscos de baixa para a projeção do banco são o câmbio ainda mais apreciado e uma eventual mudança na política de preços da Petrobras.
Para 2024, o Itaú manteve a projeção em 4,5%. O cenário, afirma o economista, incorpora desancoragem nas expectativas longas de inflação.
“Não incorporamos eventual impacto de uma revisão da meta, o que poderia levar a projeção do ano para acima de 5%. Por outro lado, a manutenção da meta em 3% e um câmbio mais apreciado este ano são riscos de baixa para nossa projeção”, afirmou.
XP
Indicadores econômicos mostram uma economia mais resiliente do que o esperado no início deste ano e fizeram a XP Investimentos elevar a projeção do PIB de 1,0% para 1,4%, com destaque para o bom desempenho da agropecuária e do mercado de trabalho.
“Nossos cálculos atualizados indicam expansão de 1,1% para o PIB no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022 — projetávamos alta de 0,8% há um mês. Grande parte deste aumento decorre da forte recuperação do PIB da agropecuária, impulsionado pela safra de soja. O PIB total cresceria 0,3% no primeiro trimestre excluindo-se a contribuição do setor primário”, diz a corretora em sua revisão de cenário.
Outro fator que ajuda a suavizar a desaceleração do consumo das famílias é a recuperação dos salários e maior volume de transferência de rendas pelo governo, nota a XP, lembrando que o Bolsa Família ampliado significará uma injeção de R$ 170 bilhões em 2023.
As demais projeções se mantiveram inalteradas. A XP manteve a estimativa de IPCA em 6,2% este ano, mas com viés de baixa por causa da queda recente dos preços de alimentos e do petróleo. Por outro lado, ela observa que a inflação dos serviços subjacentes – subgrupo mais ligado à dinâmica da atividade econômica e da mão de obra, acelerou no IPCA-15 de abril.
Santander
O Santander também revisou sua projeção de PIB de 0,8% para 1%.
A revisão reflete atividade mais forte que o esperado no primeiro trimestre do ano em razão da estimativa de aumento do PIB agrícola, bem como “ligeira surpresa altista” em setores cíclicos, em meio à resiliência dos serviços e do emprego, segundo relatório divulgado esta manhã.
O banco também revisou a projeção de IPCA para 2023 de 6,1% para 6%. A estimativa para o IPCA de 2024 se mantém em 3,9%. A projeção de déficit primário consolidado foi revisada de 1,2% do PIB para 1,1% do PIB para este ano.
Na atividade econômica, indica o banco, a confirmação do volume recorde das safras de verão contribuiu para a revisão de estimativa para o PIB de 2023.
“Contribuiu também para a revisão altista a expectativa de impactos secundários da renda agrícola sobre indústria e serviços, além das condições de emprego resilientes e a resultante sustentação gerada para a demanda doméstica.”
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