Preocupada com a alimentação e com práticas sustentáveis, a cantora Anitta quer fazer mais do que consumir produtos plant-based, que entraram em seu cardápio há alguns anos: ela decidiu também investir na Fazenda Futuro, a foodtech mais conhecida do segmento no Brasil.
O valor do negócio não foi divulgado, mas a empresa informa que a entrada como sócia de Larissa de Macedo Machado, nome verdadeiro de Anitta, permitirá a ampliação de projetos de inovação e marketing e o aumento da visibilidade de sua marca no país.
“Já tínhamos um relacionamento estreito ao participarmos sempre das festas e eventos da Anitta como fornecedores de produtos plant-based. Agora, como sócia e empresária de sucesso, ela permitirá que a marca fique mais conhecida, e de forma divertida e alegre”, disse Marcos Leta, fundador e CEO da Fazenda Futuro. Diferentemente de outros projetos dos quais participa, Anitta não terá assento no conselho da companhia e não será o único rosto da marca.
“É a primeira empresa de alimentos da qual me torno sócia. É uma tecnologia alimentar que faz bem para nós e para o meio ambiente. E compartilho com a Fazenda Futuro esse propósito”, afirmou Anitta, por e-mail.
A cantora disse ter sido vegana por um ano, mas que, com a correria do trabalho, não conseguiu manter a opção. “Depois disso, diminuí drasticamente meu consumo de produtos de origem animal. Tenho a oportunidade de ter um chef de cozinha comigo, que cria receitas e fecha meu cardápio diariamente. Já sabemos que grande parte da indústria que utiliza animais acaba sendo responsável pela poluição do nosso planeta, o que acarreta vários problemas ambientais, como o aquecimento global, por exemplo. Ter opção de não comer, sendo ela prática e saborosa, pode contribuir, e muito, para um futuro melhor”, completou.
Fazenda Futuro: 65% do faturamento vem de exportações
Avaliada em R$ 2,2 bilhões, a Fazenda Futuro captou R$ 300 milhões em uma rodada de investimentos de série C, em novembro do ano passado, com a intenção de aumentar sua internacionalização. Esse valor somou-se a outros R$ 450 milhões levantados desde a criação da companhia, há cerca de quatro anos.
“Temos conseguido cada vez mais espaço no mercado internacional, em prateleiras importantes como as do Whole Foods, no Canadá, e do Sainsbury’s, na Inglaterra. Mas o Brasil ainda é a casa do nosso projeto e onde temos muito a avançar”, disse Leta.
Atualmente, 65% do faturamento (não divulgado) da Fazenda Futuro vem do mercado internacional, e a Inglaterra é o principal em volume de vendas. A marca internacional Future Farm está presente em cerca de 10 mil pontos de venda de 30 países.
Inflação também atingiu a empresa
No Brasil, a crise econômica e a queda da renda da população são vistas por Leta como entraves à expansão dos negócios, mas menores que o desconhecimento dos produtos e sua acessibilidade. “Temos trabalhado para criar processos industriais e tecnologias que nos permitam deixar os alimentos mais baratos, e temos tido sucesso. Tudo aumentou nos mercacados, mas nossos produtos têm se mantido estáveis”, diz.
Sem dar detalhes, o executivo contou que há vários lançamentos previstos de proteínas alternativas no país. A linha de leites vegetais também segue em desenvolvimento com parceiros dos EUA e da Europa, mas sem previsão de lançamento.