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Rial, Lemann, Telles e Sicupira: veja quem a CPI da Americanas quer convocar para depor
A CPI da Americanas (AMER3) aberta pelo Congresso apresentou nesta quarta-feira (24) seu plano de trabalho. A lista de possíveis convidados a prestar depoimentos frente à comissão inclui o trio de sócios da companhia (chamado de Trio 3G). Ou seja, Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann.
A Comissão Parlamentar de Inquérito apura a falha contábil da varejista, que resultou em um rombo de R$ 20 bilhões.
Além dos empresários citados acima, o ex-CEO da Americanas que descobriu o rombo bilionário, Sérgio Rial, também integra a lista de oitivas. Aliás, seu antecessor ao cargo, o empresário Miguel Gutierrez, é outro nome a ser ouvido.
A CPI da Americanas pretende convocar ainda ex-membros da diretoria, os presidentes das auditorias PwC e KPMG, que auferiram balanços da varejista, e até o presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Trio 3G na CPI
No relatório da CPI da Americanas, elaborado pelo relator da comissão e deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), consta a convocação do trio de acionistas da companhia. Assim, conhecidos como Trio 3G por serem sócios da 3G Capital, os executivos Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann podem ser os primeiros a serem ouvidos.
Um dos parlamentares destacou que a CPI teria de alongar seu cronograma. Isto porque “alguns dos presentes na lista de depoimentos” do plano de trabalho estariam fora do país.
Um requerimento aberto pelo deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) exige a convocação dos três empresários para uma oitiva na Câmara dos Deputados. Dessa forma, a ideia é que prestem “esclarecimentos sobre o pedido de recuperação judicial e como conseguiram avultar suas fortunas neste ano”.
No pedido, o deputado alega que Lemann, Sicupira e Telles ocupam a segunda, terceira e quinta posições no ranking de maiores fortunas do Brasil, de acordo com a Forbes.
O relator destaca, ainda, que os empresários supostamente ampliaram suas fortunas em 2023, mesmo após o pedido de recuperação judicial da Americanas.
CPI quer ouvir Rial, Gutierrez e presidentes de PwC e KPMG
No plano de trabalho elaborado pelo relator, constam sugestões para 15 depoimentos no total. Portanto, a CPI da Americanas ainda deve analisar “documentações pertinentes” aos balanços da varejista, os contratos com as auditorias KPMG e PwC.
Além disso, serão apreciados processos administrativos e judiciais em curso que possam interessar aos parlamentares.
Na lista de oitivas, consta a sugestão de convocar o atual presidente da empresa (Leonardo Coelho Pereira) e a diretora financeira (Camille Loyo Faria).
Afinal, a CPI quer investigar o quadro de ex-diretores da Americanas sobre acusações de “insider trading” dos executivos no semestre anterior à descoberta do rombo bilionário.
Entre os diretores afastados da Americanas após o rombo a serem convocados pela CPI estão Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros, Marcio Cruz Meirelles, João Guerra, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes e Fábio Abrate.
Os presidentes da KPMG (Charles Kriek) e da PwC (Fernando Alves) também estão na lista.
Comissão quer explicação de credores de Americanas
A CPI deve também exigir a presença do presidente da CVM, João Pedro Barroso do Nascimento, assim como de representantes da B3, da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF).
O esforço é para apurar a ação de bancos credores de Americanas, como Itaú, Bradesco, Santander – do qual Rial foi presidente -, Safra e BTG Pactual.
Em função do poder de investigação da CPI, parlamentares então exigiram o compartilhamento de documentos protocolados no processo de recuperação judicial da Americanas na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (RJ).
Os deputados devem convocar delegados da Polícia Federal e promotores do Ministério Público Federal envolvidos nas investigações contra a varejista para depoimento.
Por fim, a CPI de Americanas planeja ouvir ainda representantes dos acionistas minoritários, debenturistas e funcionários da companhia. Parlamentares ligados ao governo pediram depoimentos de representantes sindicatos de trabalhadores da varejista acerca de demissões feitas pela rede no Rio e no Rio Grande do Sul.
CPI deve apresentar relatório final em setembro
Conforme o cronograma de trabalho da CPI da Americanas, os deputados devem colher documentos e depoimentos até 13 de setembro. Cinco dias depois, o relator da comissão deve apresentar o parecer final.
Como CPI, parlamentares podem determinar no relatório final se houve ou não fraude nos balanços de Americanas, mas somente o MPF pode dar continuidade às investigações sobre o rombo na empresa e prejuízo aos acionistas.
O relatório final será encaminhado à Presidência da Câmara dos Deputados e pode ser usado como base para aprovar projetos a favor ou contra a companhia.
Americanas: ‘Estamos à disposição para colaborar’ com CPI
Procurada pela Inteligência Financeira, a Americanas (AMER3) informou em comunicado que “está à disposição para colaborar com a Comissão Parlamentar de Inquérito em quaisquer questionamentos, sendo a maior interessada no esclarecimento dos fatos”. A varejista afirma ainda “não responder ou representar os diretores afastados” convocados pela CPI “em qualquer esfera de investigação”.
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