Lula irá avaliar os termos para entrada do Brasil no ‘clube dos ricos’, diz Haddad

Governo também adiou assumir presidência do BRICS para 2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua pasta já tem um grupo de trabalho para apresentar os termos de uma eventual entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), bloco conhecido informalmente como ‘clube dos ricos’.

O martelo será batido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse o ministro, que se reuniu hoje cedo com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann. O Brasil havia iniciado o processo para que o país faça parte da organização na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O Brasil pleiteou a entrada no organismo. Essa aproximação está acontecendo naturalmente e agora vamos ver com Itamaraty e o presidente da República os próximos passos. Temos de desenhar a política que vai ser feita com o Itamaraty e os ministérios para se alinhar às determinações do presidente da República”, afirmou.

Presidência do BRICS

O Brasil assume neste ano a presidência do G20 e pediu para adiar para 2025 o comando nos BRICS (Bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Temos de fazer uma reunião específica com Lula das nossas agendas multilaterais e o Brasil tem participação intensa em diversos fóruns.”

Mercosul de volta à agenda

No Mercosul, por exemplo, a agenda será retomada com a viagem de Lula na Argentina ainda neste mês, disse Haddad.

Em seu último dia em Davos, Fernando Haddad, disse que sua participação no Fórum Econômico Mundial foi positiva. “Saio satisfeito sobre o que ouvi do Brasil. Cheguei aqui surpreso com o grau de preocupação com o país. A mensagem que [a ministra do Meio Ambiente] Marina Silva e eu passamos é que o Brasil segue forte e as pessoas ficaram felizes de ouvir isso.”

Haddad não descartou o risco de novos ataques golpistas no país, mas não vê razão para que a comunidade internacional se preocupe com o Brasil. “O mundo todo está sob vigilância externa. Existe crescimento do extremismo de direita que precisa ser contido. O Brasil demonstrou que as instituições se uniram em torno da mesma causa.”

Uber e motoristas

Na manhã de hoje, Haddad se encontrou também com o presidente global do Uber, Dara Khosrowshahi. Em uma conversa curta, o ministro se disse disposto a abrir uma agenda com a multinacional para discutir a seguridade social dos trabalhadores brasileiros. “Não somos contra a tecnologia, mas ela precisa estar a serviço dos consumidores e trabalhadores.”

O presidente do Uber, segundo o ministro, demonstrou sensibilidade ao tema.