Sofrendo com inflação, Argentina prepara câmbio especial para turistas

Intenção do governo de Alberto Fernández é trazer mais dólares para o Banco Central argentino

O governo da Argentina estuda aplicar um câmbio diferente de dólar para os turistas, com o propósito de incentivar a entrada da divisa no Banco Central Argentino. O anúncio foi feito pelo ministro do Turismo da Argentina, Matias Lammens, na manhã desta quarta (20).

O dólar blue, modalidade de troca da moeda norte-americana no mercado informal argentino, superou a barreira de 300 pesos argentinos nos últimos dias. Em comparação, o dólar oficial no país na manhã nesta quarta está cotado a 135,75 pesos argentinos, na venda.

“Precisamos de dólares no Banco Central. Faremos um câmbio diferenciado para o turista, que queira liquidar seus dólares no mercado formal, pelo seu cartão de crédito ou outro meio”, detalhou Lammens.

A informação também foi confirmada pela porta-voz do governo, Gabriela Cerruti. Além disso, ela afirmou que novas medidas serão tomadas pela equipe da ministra da Economia, Silvina Batakis, nos próximos dias.

Cerruti ainda reiterou que o dólar blue “não tem impacto na economia real” e afirmou que o governo argentino compreende a “sensação de insegurança que gera a informação a cerca do dólar blue”.

Inflação alta na Argentina

A inflação da Argentina acumulou novo mês de alta e atingiu o patamar de 64% na medida anual em junho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), que também divulgou o acumulado da inflação do país para o primeiro semestre deste ano, que foi de 36,2%.

É o pior patamar desde 1992.

Os números foram os últimos da gestão do ex-ministro da Economia do país, Martín Guzmán, que deixou o cargo para dar lugar a Silvina Batakis.

Os setores de energia e combustíveis foram especialmente afetados nos últimos meses na Argentina, que diante do aumento dos custos mundiais, sofreu com alta nas contas de luz e escassez de diesel, que provocou protestos pelo país.

Com informações de El Clarín e La Nacion