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Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022
Empresas citadas na reportagem:
A Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, com US$ 21,7 bilhões, segundo relatório da gestora britânica Janus Henderson antecipado ao Valor. A estatal, que foi a única representante da América Latina entre as 20 empresas mais bem colocadas da publicação, também exibiu o maior crescimento de distribuição de proventos ano a ano, com elevação de US$ 12,6 bilhões em relação a 2021.
Impulsionada pela alta do petróleo — o Brent chegou a ser negociado acima de US$ 115 durante o ano — e pela decisão do governo federal de aumentar a distribuição de dividendos das estatais para turbinar as receitas da União, a Petrobras só não liderou o ranking global por conta de uma questão técnica. A mineradora BHP, que ocupou o primeiro posto, teve números brutos superiores, mas entregou um montante líquido menor aos seus acionistas por conta de taxação de dividendos.
Assim, em termos setoriais, as companhias de petróleo, gás e energia registraram o maior crescimento nominal de dividendos no ano, avançando 56,3%, enquanto o segmento de bens discricionários teve alta de 23,5% e o industrial subiu 19%. Na outra ponta, empresas de “utilities” recuaram 8,2%, telecomunicação caiu 7,5% e consumo básico cedeu 5,1%.
Microsoft, Exxon Mobil, Apple, China Construction Bank, Rio Tinto, China Mobile, J.P. Morgan e Johnson & Johnson completam, nesta ordem, a lista das dez maiores distribuidoras de proventos de 2022, pagando US$ 155,1 bilhões no período. O volume superou os US$ 149,1 bilhões pagos pelas dez primeiras do ano anterior, e os US$ 120,5 bilhões de 2020.
O levantamento completo, que leva em conta dados de 3 mil companhias — 1,2 mil que compõem um índice da asset e estimativas referentes a outras 1,8 mil, mostra que foi pago um recorde de US$ 1,56 trilhão em 2022, um crescimento nominal de 8,4%.
Não existe, no entanto, grande otimismo à frente, apesar da gestora ter uma previsão de que as maiores empresas do mundo pagarão US$ 1,60 trilhão em dividendos em 2023. Jane Shoemake, gestora de portfólio da Janus Henderson, lembra que os bancos centrais de todo o mundo aumentaram as taxas de juros e que o crescimento econômico já está desacelerando, o que faz com que o fluxo de caixa corporativo sofra pressão por níveis mais baixos de demanda e pelo maior custo do crédito.
“Esperamos que o crescimento dos dividendos diminua em relação aos níveis de 2022, mas ainda é provável que aumentem em 2023. É improvável que os dividendos do setor de energia repitam 2022, e os pagamentos das empresas de mineração provavelmente cairão mais. Os bancos, por sua vez, podem se beneficiar de margens mais amplas, graças às taxas de juros mais altas. Assim, um crescimento de dividendos é possível para o setor, ainda que sujeito a um planejamento prudente para lidar com a piora nos níveis de qualidade de crédito”, afirma.
Entre as empresas da América Latina, a Vale aparece no segundo posto regional e na 32 colocação global, distante do oitavo lugar de 2021, após distribuir US$ 6,86 bilhões. A Ecopetrol, da Colômbia, ocupou a 58 posição, com proventos de US$ 4,72 bilhões. E a Ambev ficou no 94 posto, com os acionistas embolsando US$ 3,57 bilhões. JBS, WEG e Bradesco são as outras companhias brasileiras citadas.
Com a Petrobras em destaque, os dividendos das companhias nacionais registraram performance anual recorde de US$ 33,8 bilhões em 2022, com um crescimento nominal de 24% ante os US$ 27,2 bilhões pagos em 2021. Isso impulsionou, adicionalmente, o resultado dos mercados emergentes, que acumularam US$ 151,4 bilhões no ano passado, 13% a mais do que os US$ 133,9 bilhões pagos em 2021.
Os dividendos do relatório são calculados brutos, utilizando a quantidade de ações na data de pagamento e convertidos utilizando a taxa de câmbio vigente. Segundo a gestora, o resultado é uma aproximação, já que as empresas fixam a taxa de câmbio um pouco antes da data de desembolso.
Conteúdo do Valor Pro, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico
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