Mercado está com dedo no gatilho para voltar a comprar bolsa brasileira

A B3, que neste ano já subiu 10%, está, nas palavras dos gestores, 'deprimida e barata'; só falta um estopim para acionar um rali

Empresas citadas na reportagem:

No momento em que pouco ou quase nada se fala sobra a renda variável, os investidores institucionais estão com o dedo no gatilho para voltar a comprar ações de empresas brasileiras na bolsa.

Só falta um estopim.

Inteligência Financeira
PLANILHA DE CONTROLE FINANCEIRO
Pensando em gastar menos para investir mais?

Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito ao método da ‘Planilha de Controle Financeiro’. É só baixar e começar.

ou preencha os campos abaixo

    Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

    A bolsa, que neste ano já subiu mais de 10%, está, nas palavras dos gestores, “deprimida e barata”. Os múltiplos estão nos patamares mais baixos da história. E qualquer fagulha pode esquentar as coisas no setor.

    As coisas mudam

    Um indício de como as coisas estão diferentes no mercado de ações aconteceu nesta semana, quando o Ibovespa fechou em alta de 2,63%. Isso tudo em meio a mais uma alta na taxa de juros Selic, agora em 14,25% ao ano, e o envio pelo governo ao Congresso de um projeto de reforma de Imposto de Renda.

    Para alguns analistas, como o sócio-diretor da MAG Investimentos, Cláudio Pires, a alta rápida do Ibovespa dos últimos dias é fruto de um movimento comandado por estrangeiros. Mas a subida do índice ainda não parece ser consistente.

    Contudo, na Faria Lima, dos magros fundos de ações aos combalidos multimercados, vai crescendo a expectativa de que um bull market sem precedentes pode acontecer. O problema é quando.

    Bull market ‘sem precedentes’ na bolsa brasileira

    “Até ações meio sem graça, por serem sempre consistentes, como do banco Itaú, estão com os múltiplos muito abaixo da sua mediana. Quando o mercado esquentar, ele deve dobrar fácil”, afirma Alexandre Sabanai, gestor de ações que acaba de deixar a cadeira da Perfin, empresa que opera R$ 35 bilhões.

    “Eu só vi preços assim na bolsa quando eu entrei no mercado, no começo do anos 2000”, conta.

    O mercado espera por um gatilho que possa destravar os preços do mercado de renda variável. A principal aposta nesse momento é que o movimento venha pela política.

    Abertamente contrários ao atual governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os representantes do setor financeiro jogam as fichas na sinalização de um opositor competitivo, do campo conservador.

    Na verdade, eles nem esperam por uma candidatura formalizada, que aconteceria apenas no ano que vem. Uma sinalização mais consistente, já é suficiente.

    Sonho de consumo da Faria Lima

    O sonho de consumo dessa turma é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Mas a verdade é que qualquer nome que se prove viável de disputar com o incumbente pode acionar a máquina do rali.

    “Meu call de oportunidade neste momento é bolsa do Brasil, não tem nada melhor”, afirma a analista Marília Fontes, da Nord Investimentos.

    Até outro dia, a especialista andava animada com a bolsa da China. Recomendava o ETF Xina11, da XP Asset, que replicava o índice MSCI da bolsa chinesa. Mas, para ela, o cenário mudou.

    “A bolsa da China andou bem recentemente. Enquanto que a bolsa do Brasil tem oportunidades incríveis no stock picking. Algumas ações, como da MRV, têm potencial de render 500 vezes”, diz.

    O stock picking é uma estratégia de investimento que consiste em selecionar individualmente ações com bom potencial de valorização, em vez de investir em um índice de mercado ou em um fundo de investimento.

    ‘Bolsa vai render mais que bitcoin’

    “Eu outro dia pedi para que nosso analista de criptomoedas me indicasse o preço alvo do bitcoin”, continua Marilia Fontes.

    “Ele fez uma contas, mexeu nuns gráficos e veio com a resposta: US$ 150 mil, o dobro do preço atual. Mas a MRV pode entregar cinco vezes mais. A bolsa brasileira pode dar mais dinheiro do que o bitcoin”, afirma.

    ‘O rali está logo ali’

    Conhecido entusiasta do mercado de ações, o economista Felipe Miranda, CEO da Empiricus, passou o ano passado bem longe do Brasil, falando quase que exclusivamente de bolsa americana e empresas de tecnologia, as Sete Magníficas.

    Recentemente, ele mudou o foco e está de novo recomendando a bolsa brasileira. Para ele, os eventos recentes, com alta da bolsa após pesquisas de queda da popularidade de Lula, indicaram que o rali das eleições não está longe.

    “Esta acontecendo, o mercado está no trade de eleição. Você falar que está longe (o rali), é negar a realidade”, diz. “Lembro que na Argentina (a bolsa local) começou a subir 14 meses antes (da eleição de Javier Milei”, ele conta.

    Conjuntura econômica

    O entusiasmo em torno de um rali futuro de bolsa já pairava pelo mercado, mas ele ganhou força em janeiro, após a carta do gestor Bruno Coutinho, da Mar Asset.

    Ele recorreu a uma bibliografia de conjuntura econômica, política e até social para, no fim, afirmar que espera uma boa jornada para a bolsa, principalmente nos próximos dois anos.

    “A ideia foi combinar o conjuntural, que é a nossa visão sobre a economia nos próximos dois anos, dado o cenário político”, conta.

    Leia a seguir

    Este site usa cookies e dados para fornecer serviços e analisar audiência.Saiba mais