BB, Nubank, Bradesco, Santander e Inter: prós e contras de investir em ações de bancos em 2025
- Investidores veem ações de bancos como uma aposta mais segura com a economia em desaceleração e juros altos em 2025.
- Destaque para o ROE (retorno sobre patrimônio líquido), indicador de como os bancos usam o dinheiro dos acionistas. Nesse quesito, BTG e Nubank devem se manter à frente, enquanto o BB deve perder fôlego e o Bradesco manter níveis menores.
- O relatório também prevê uma desaceleração nos empréstimos e aumento da inadimplência, mas Nubank, Inter e BTG devem manter taxas de crescimento mais altas.
Empresas citadas na reportagem:
Analistas veem ações de bancos como um aposta defensiva para investidores brasileiros de bolsa em 2025, num cenário de juros em alta e economia desacelerando.
Nesse sentido, o Itaú BBA fez um levantamento sobre tendências do setor e apontou ações que considera mais atrativas, observando o desempenho comparativo de Banco do Brasil (BBAS3), Nubank (ROXO34), Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Inter (INBR32).
Um dos pontos de destaque é a rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE), que mostra como os bancos remuneram o dinheiro dos acionistas.
Assim sendo, o gráfico abaixo mostra que BTG e Nubank devem seguir com os melhores indicadores.
Porém, Inter e Santander devem mostrar evolução, enquanto BB deverá perder fôlego e Bradesco ainda manterá níveis inferiores.
No relatório, analistas sob liderança de Pedro Leduc estimam que, no conjunto, os bancos devem mostrar desaceleração em empréstimos e aumento da inadimplência.
Contudo, Nubank, Inter e BTG conservarão níveis de crescimento superiores.
Com base nisso, o BBA fez um raio X dos bancos de varejo (exceto Itaú Unibanco), apontando prós e contras de cada um. Confira:
Nubank (ROXO34) em 2025
Prós | Contras |
Ganho de participação de mercado deve continuar | Ações subiram 46% nos últimos 12 meses, logo o risco de correção é maior |
Menor relevância dos indicadores macroeconômicos nas operações de crédito | Cenário econômico adverso tem potencial de causar mais estragos em crédito mais arriscado |
Lucro ainda deve ter forte alta | Índices de inadimplência devem crescer mais |
Custo baixo na capação de recursos | Após anos de forte crescimento, operações com cartões se estabilizaram nos últimos trimestres |
Crescente diversificação de receitas | Estimativas de lucros têm sido revisadas para baixo |
Os empréstimos via Pix podem desacelerar, prejudicando as margens com crédito |
Banco do Brasil (BBAS3) em 2025
Prós | Contras |
Margem de juros líquida (NII) apoiado deve ter suporte dos resultados com tesouraria | Crescimento do lucro provavelmente será fraco (5% sobre 2024) |
Rentabilidade (19%) menor do que em 2024, mas ainda acima dos índices de Santander e Bradesco | Custo com risco de crédito deve crescer devido a maiores renegociações com clientes |
Dividend yield estimado de 13% | Pagamento de dividendo extra é improvável |
Maiores custos operacionais e investimentos em tecnologia |
Bradesco (BBDC4) em 2025
Prós | Contras |
Menores despesas com provisões para calotes | Rentabilidade (13%) deve seguir baixa por mais tempo |
Dividend yield de 10% | Margem líquida de juros deve subir menos de 10%, com banco priorizando menos risco |
Receita com tesouraria também deve ser fraca | |
Custos operacionais subindo com investimentos em transformação | |
Cenário mais desafiador para execução de transformação cultural |
Santander (SANB11) em 2025
Prós | Contras |
Começa 2025 mais simplificado em estrutura, melhor provisionado com menos risco de crédito | Dividend yield de 9%, inferior ao dos pares |
Recuperação da rentabilidade continua, previsão de 16% no ano | Ainda mais vulnerável ao cenário macro adverso |
Crédito pode ajudar margem líquida de juros | Receitas com tesouraria pressionadas |
Preço da ação com relação risco/retorno melhor do que concorrentes | |
Banco Inter (INBR32) em 2025
Prós | Contras |
Expectativa de alta de 50% do lucro ante 2024 | Cenário macroeconômico adverso |
Logo, rentabilidade deve continuar subindo | |
Mesmo assim, ação segue com preço atrativo (desconto de 60% em relação ao Nubank) | |
Exposição equilibrada do portfólio de crédito |
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