É hora de comprar ações que podem subir com a queda de juros, dizem gestores
Tenha uma carteira com ativos de setores diferentes
Assim como boa parte das ações caiu com a alta da taxa básica de juros, esses papéis devem subir com a queda da Selic no futuro e agora é a hora de comprá-los, aconselhou Mauricio Bittencourt, sócio-fundador da gestora Velt. Em um painel durante a CEO Conference, evento organizado pelo BTG, ele afirmou que não consegue dizer se as ações estão baratas, mas que tem uma opinião forte de que é bom investir em papéis que devem se beneficiar da baixa de juros no longo prazo.
“No ano passado, os juros de longo prazo saíram de 6,5% para 12% e esse enorme movimento impactou muitas ações. Então, vemos uma assimetria. Eu não sei se os juros devem voltar a um patamar razoável ainda em 2022 ou apenas em 2023, mas tenho uma opinião bastante forte de que a assimetria está a nosso favor e os juros devem ser mais baixos”, afirmou.
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O sócio da Velt disse ainda que a casa foca em montar uma carteira com companhias que navegam bem ao longo dos ciclos do Brasil e destacou a importância da diversificação setorial. BTG, Eneva, Hapvida e Equatorial são empresas interessantes, conforme ele.
No mesmo painel, Guilherme Aché, sócio-fundador e presidente da gestora Squadra, afirmou que é momento de comprar ações que caíram muito com a alta de juros. “O Brasil foi na frente na subida de juros. Fico me perguntando se não vai haver uma surpresa positiva com a inflação em algum momento”, disse. “O mercado foi para um lado extremo e poderá ter retornos acima da média no longo prazo”, acrescentou. Na avaliação dele, companhias de consumo muito boas, como a Renner (LREN3), caíram muito, por exemplo. “Minha intuição diz que, entendendo a esquizofrenia que é o Brasil, é hora de explorar oportunidades, mas estou com calma”, afirmou.
Florian Bartunek, sócio-fundador da gestora Constellation, ressaltou que até em um cenário de inflação e juros altos e crescimento econômico baixo, as companhias têm apresentado balanços positivos, mas que é preciso analisar os múltiplos também. “Às vezes, o resultado da empresa vem bom, mas o múltiplo cai. Estamos relativamente tranquilos, porque o ano tende a ser bom para os resultados das companhias em geral, mas os múltiplos são outra história”, afirmou.
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Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico