Como as gestoras Velt, Squadra e Constellation estão acompanhando o mercado de criptomoedas

Gestor diz que clientes não estão mais com paciência de esperar a bolsa abrir e querem comprar ativos 24 horas por dia

Gestoras de fundos de ações tradicionais como Velt, Squadra e Constellation estão acompanhando de perto as criptomoedas. Florian Bartunek, sócio-fundador da Constellation, afirmou que criptomoedas são um “negócio espetacular” em um painel durante a CEO Conference, evento organizado pelo BTG, nesta quarta-feira (23).

“Os clientes não estão mais com paciência de esperar a bolsa abrir. Querem comprar ativos 24 horas por dia, sete dias por semana”, disse.

No mesmo painel, Guilherme Aché, sócio-fundador e presidente da Squadra, afirmou que as criptomoedas vão virar capítulos de livros sobre bolhas, assim como as tulipas.

A história citada por ele aconteceu em 1593, quando um botânico levou à Holanda bulbos de tulipas vindos de Istambul. As flores chamaram atenção, as pessoas começaram a roubar os bulbos para revendê-los e as plantas se popularizaram e se tornaram um sinal de status. Os preços, consequentemente, se tornaram exorbitantes.

Contudo, como a flor demora de sete a 12 anos para florescer, começaram a ser vendidos contratos de tulipas. Com o tempo, alguns dos contratos não foram cumpridos e houve um pânico no mercado das flores, que fez as tulipas baratearem devido ao risco e, assim, a bolha “estourou”.

Aché contou que a Squadra está fazendo um esforço “gigante” para entender as criptomoedas. “Nosso principal objetivo de curto prazo é entender como o blockchain vai afetar os negócios que investimos, positivamente ou negativamente. Temos duas pessoas internas muito dedicadas a explicar isso para o grupo. Não é fácil entender para pessoas da nossa idade, estamos com muita dificuldade de fazer essa análise”, disse.

Mauricio Bittencourt, sócio-fundador da Velt, afirmou que está passando pelo momento mais dinâmico para selecionar investimentos da sua carreira. Ele definiu o momento como de “enormes rupturas” e disse que está mais difícil de escolher os ativos.

“Temos que estudar não apenas a ruptura que Stone fez na Cielo e ou que a XP fez nos bancos tradicionais, mas o que o blockchain pode fazer na indústria como um todo”, disse. “O momento exige muita honestidade e humildade nossa para aprender conceitos e identificar empresas que vão capturar tendências e gerar valor”, acrescentou.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico