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Tesouro Direto com retorno acima de 1% ao mês: qual é a tendência para a semana?
O Tesouro Direto abre a semana com alguns títulos com retorno estimado acima de 1% ao mês.
Antes da abertura da sessão nesta segunda-feira (21), por exemplo, a rentabilidade anual do Tesouro Prefixado 2031 era de 13,02%.
Enquanto a taxa do Tesouro Prefixado 2027 estava em 12,90%.
Já entre os títulos públicos atrelados à inflação, o Tesouro Direto com vencimento em 2029 apresentava rentabilidade anual projetada em IPCA + 6,71%.
Risco fiscal no radar
Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa do Itaú BBA, explica que o aumento das taxas tem sido puxada no cenário doméstico por incertezas sobre ajustes nas contas públicas.
“A falta de um plano fiscal robusto aumenta a preocupação dos investidores, mesmo com a previsão de crescimento de 11% na arrecadação de impostos. Essa incerteza fiscal elevou o prêmio de risco, a moeda e as taxas de juros locais.”
Já no exterior, o dólar se fortaleceu com dados de vendas no varejo americano acima das expectativas. O que indica que a economia americana ainda está aquecida.
“Por lá, o mercado manteve o cenário base precificado para a taxa básica de juros neste ciclo de corte, com projeção de que a taxa caia para ao redor de 3,5% a.a. em 2025. Com esse pano de fundo, o dólar ganhou força em âmbito global.”
Momento do Tesouro Direto
Dessa forma, indica Lucas Queiroz, a curva de juros prefixados apresentou “forte elevação”. Principalmente nos vértices de longo prazo do Tesouro Direto.
“As taxas de 5 a 10 anos subiram até 0,25 ponto percentual, encerrando a semana com níveis próximos a 13% ao ano. Nos trechos mais curtos (de 1 a 2 anos), a alta foi de 0,08 p.p. no acumulado da semana”, detalha o estrategista de renda fixa do Itaú BBA.
“O movimento de alta nos trechos mais longos reflete a deterioração das taxas reais (IPCA+), que já alcançam patamar de 6,7% a.a., enquanto as inflações implícitas neste trecho se mantiveram estáveis, ainda que elevadas ao redor de 5,7% em termos anualizados”, segue.
“Ao final da semana, enquanto a inflação implícita na curva de juros para 2024 recuou ligeiramente de 4,97% para 4,92%, as expectativas de inflação para 2025 pioraram, subindo de 5,34% para 5,42%”, completa.
O que vem pela frente
Nesta semana, menciona Lucas Queiroz, o mercado local volta suas atenções para a divulgação do IPCA-15 de outubro.
“Esperamos uma alta de 0,56%, levando a inflação anual para 4,5%.
Outro dado importante, anota o estrategista do BBA, será a arrecadação federal de setembro
“Que deve apresentar crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior, reforçando o bom desempenho das receitas. Mas sem aliviar a preocupação com os gastos públicos.”
Por fim, no campo político, as eleições municipais se aproximam do segundo turno,
“Mas o mercado aguardará, sobretudo, sinais mais claros sobre o ajuste fiscal, essencial para reverter a pressão sobre as taxas de juros e o real.”
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