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O Tesouro Direto oferece opções de investimento com IPCA+7% e prefixados com taxas de até 13%. A incerteza fiscal no Brasil e o fortalecimento do dólar pressionam o mercado. As taxas de juros prefixadas e reais seguem em alta, refletindo riscos inflacionários. A próxima reunião do Copom deve elevar a Selic em 50 pontos-base. Investidores devem monitorar o cenário econômico e as decisões de política monetária para ajustar suas estratégias de investimento.
Tesouro Direto que paga IPCA+7%, prefixado com retorno acima de 1% ao mês ou aproveitar o ciclo de alta da Selic? Quem investe na renda fixa abre a semana com pelo menos estas três opções no radar.
Mas o que esperar agora? Confira a seguir os indicadores econômicos e assuntos que devem mexer com os títulos públicos nos próximos dias.
Antes de tudo, em relatório, o Itaú BBA destaca que os mercados locais têm sido impactados pela falta de definições sobre a política fiscal no Brasil. O que deixa os investidores por aqui mais expostos ao cenário internacional.
Ao mesmo tempo, o fortalecimento global do dólar, impulsionado pela expectativa em torno das eleições nos Estados Unidos, adicionou pressão ao ambiente doméstico. Os eleitores americanos definem o novo presidente nesta terça (5).
Tesouro Direto hoje
Diante do cenário acima, qual foi o resultado nas taxas do Tesouro Direto? Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa do BBA, detalha.
“Na curva de juros brasileira, os movimentos refletiram a crescente incerteza. Ao longo da semana, as taxas de juros prefixadas oscilaram, culminando em uma forte alta na sexta-feira, com taxas de até 13,30% para prazos de 2 a 4 anos. As taxas reais (IPCA+) também seguiram essa tendência, com prazos de cerca de três anos alcançando 7,0% em termos anualizados”, diz.
“O dólar subiu 3,0% no acumulado da semana, indo a R$ 5,87. A inflação implícita na curva de juros para 2024 continuou a recuar ligeiramente de 4,86% para 4,83%, enquanto as expectativas de inflação para 2025 seguiram piorando, subindo de 5,57% para 5,82%. Esse ambiente de elevação nas expectativas de inflação para 2025 mostra que os investidores ainda enxergam riscos inflacionários persistentes no médio prazo, o que mantém a curva de juros pressionada”, acrescenta.
Selic e IPCA no foco
Agora, Lucas Queiroz avalia que os próximos dias prometem ser intensos para quem acompanha de perto o mercado de renda fixa. Isso por conta das decisões de juros marcadas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Bem como o resultado das eleições americanas e divulgação do IPCA de outubro por aqui.
“A próxima reunião do Copom, agendada para 5 e 6 de novembro, deverá acelerar o ritmo de ajuste da Selic. Com uma elevação de 50 pontos-base, levando a taxa para 11,25% ao ano”, diz o estrategista.
“Essa decisão é embasada pela combinação de câmbio depreciado, mercado de trabalho apertado e inflação persistente acima das metas. Em meio a um cenário global de alta volatilidade, especialmente com as eleições americanas e os ruídos fiscais internos, o comitê deverá manter uma postura de cautela, indicando a necessidade de ajustes adicionais para garantir a convergência da inflação”, acrescenta.
Já sobre o IPCA de outubro, Queiroz indica que a estimativa preliminar da equipe do banco sinaliza uma alta de 0,59% no mês, com o índice pressionado por alimentos e serviços subjacentes.
“Esse resultado deve elevar a inflação anual para 4,8%, reforçando a necessidade de atenção redobrada na política monetária”, completa.