Devo alocar em papéis de inflação de curto prazo ou vencimentos mais longos?

Confira a análise de Humberto Vignatti, estrategista de renda fixa do Itaú Private Bank

A partir da revisão das carteiras estratégicas que fizemos na virada do ano, nossos portfólios modelo passaram a investir uma parcela do seu caixa também em papéis de inflação mais curtos, com prazos de até cinco anos.

De acordo com nossas análises, as atuais condições de preço historicamente atrativas permitiram um aumento da parcela investida em juro real como um todo, porém o ambiente econômico ainda permeado com importantes incertezas no Brasil e no exterior apontou para um prazo médio consolidado um pouco menos dilatado.

Por isso decidimos pela inclusão de NTN-Bs mais curtas em nossos novos portfólios recomendados, em complemento aos papéis com prazos mais longos.

O propósito deste texto é descrever os pontos mais importantes relacionados a cada uma dessas alternativas dentro da classe de juro real, e com isso responder porque em nossa visão a carteira otimizada de juro real deve conter ambas as opções nesse momento, ou seja, tanto papéis de inflação curtos quanto títulos mais longos.

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    Em primeiro lugar, analisando as NTN-Bs de até cinco anos, o gráfico a seguir mostra que essa alocação confere um grau maior de robustez ao portfólio uma vez que historicamente essa é a subclasse que apresenta a melhor relação entre retorno e risco, também conhecido como “índice de Sharpe”.

    Se por um lado, o excesso de rentabilidade médio em relação ao CDI observado nos últimos 20 anos é um pouco inferior em comparação às NTN-Bs com prazos superiores a cinco anos, por outro lado seu grau de risco medido em termos de sua volatilidade é mais contido, conferindo a essa parcela do portfólio uma relação entre retorno e risco mais favorável.

    Estatísticas do excesso de retorno do IMA-B5 e IMA-B5+ vs CDI entre 2006 e 2024

    Por outro lado, o gráfico a seguir mostra que as NTN-Bs com prazos acima de 5 anos, por atravessarem um período mais desafiador nos últimos anos, atingiram um momento bastante atrativo.

    O excesso de rentabilidade em relação ao CDI acumulado nos últimos quatro anos é hoje perto de 30% negativo, o pior desempenho observado nesse período de 20 anos, sendo que a média é perto de 15% positivo.

    Retorno % acumulado em 4 anos (CDI+)

    É claro que não podemos precisar exatamente em que momento a recuperação das NTN-Bs acima de cinco anos acontecerá. Entretanto, em nossa avaliação esse indicador sugere que esse momento pode estar próximo.

    Por isso, nossa recomendação aos nossos clientes já posicionados nessa subclasse é um pouco mais de perseverança e paciência.

    Já para aqueles ainda com espaço para investir um pouco mais, que aproveitem essa janela com papéis de juro real oferecendo retornos a partir de IPCA+7,5% a.a. para complementar suas carteiras, sempre respeitando seu perfil de risco.

    Principais conclusões

    • As condições macro atuais abriram espaço para uma maior alocação em juro real, porém com prazo médio um pouco menos dilatado.
    • Neste momento, a carteira otimizada de juro real deve conter tanto papéis de inflação curtos quanto títulos mais longos.
    • As NTN-Bs mais curtas, com prazos de até cinco anos, conferem um grau de robustez maior ao portfólio, uma vez que apresentam melhor relação entre retorno e risco.
    • As NTN-Bs com prazos acima de cinco anos, por atravessarem um período mais desafiador nos últimos anos, atingiram um momento bastante atrativo e são uma excelente opção de investimento.

    Por Humberto Vignatti, estrategista de renda fixa do Itaú Private Bank

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