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Confira quatro títulos do Tesouro Direto para ter na carteira para curto, médio e longo prazos
Apesar da alta da Selic, os especialistas que atuam no mercado financeiro continuam pessimistas com a trajetória da inflação brasileira medida pelo IPCA. Mas existem divergências entre as opiniões do mercado e os preços dos ativos de renda fixa, especialmente os títulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto.
E já que a divergência pode representar ganhos extras para o investidor atento, a Inteligência Financeira preparou uma lista com quatro títulos do Tesouro Direto que devem se sobressair nesse cenário, principalmente em outubro. Para isso, considerou as dicas do estrategista de renda fixa do Itaú BBA, Lucas Queiroz.
Um pouco de cenário econômico
Em setembro, os bancos centrais do Brasil (BC) e dos Estados Unidos (Fed, da sigla em inglês) mexeram em suas taxas de juros.
Enquanto a Selic subiu 0,25 ponto percentual (p.p.), o Fed Fund, nome da taxa básica de juros dos Estados Unidos, caiu 0,50 p.p. Com isso, a Selic foi revisada para 10,75% ao ano (a.a.) e os juros americanos caíram para a faixa entre 4,75% e 4,5% ao ano.
Mas de setembro para cá, algumas coisas mudaram. Indicadores recentes, principalmente de PIB e de mercado de trabalho, apontam que a economia americana opera em ritmo forte. Assim, viu-se uma elevação nas taxas futuras de juros americano. A taxa do Treasury de 10 anos, a queridinha dos investidores, subiu de 3,60% para acima de 3,90%.
No Brasil, por sua vez, a inflação implícita, que é a taxa de inflação negociada no mercado, continua alta, apesar dos esforços do BC. O mercado projeta IPCA de 4,9% para 2024.
Mas o especialista Lucas Queiroz lembra que, apesar de uma revisão para cima, os economistas do Itaú BBA esperam inflação de 4,4% no ano. A alta nas expectativas é devido ao aumento das
tarifas de energia elétrica e a escalada nos preços das proteínas. Mas, segundo Queiroz, o mercado está pessimista além da conta.
Títulos do Tesouro Direto pós-fixado
Assim, a divergência entre mercado e os economistas do Itaú BBA deixam o estrategista animado com os títulos pós-fixados nas pontas de curto e médio prazos.
Enquanto os investidores embutem nos preços uma Selic de 13% na primeiro semestre do ano que vem, o BBA vê os juros em 12% no período. Com expectativa de queda para 11% no segundo semestre.
“Os níveis atuais das taxas futuras parecem excessivamente elevados. Isso abre uma janela de oportunidade para posicionamentos estratégicos ao longo da curva de juros”, diz ele.
A pedida de Lucas Queiroz para o título do Tesouro Direto pós-fixado é o Tesouro Selic 2027. Nesta segunda-feira (7), no site do Tesouro Direto, o título é negociado com taxa Selic, acrescido de prêmio de 0,521%.
O produto, hoje, garante retorno tanto em termos nominais, quando em termos reais, quando se desconta a inflação do período.
Para Lucas Queiroz, o Tesouro Selic 2027 deve se manter atrativo para os próximos três meses. Isso, segundo ele, explica “a manutenção de nossa sugestão, que cumpre as funções de prover liquidez à carteira, amortecer a volatilidade e continuar a rentabilizar o capital acima da taxa de inflação”, destaca.
Títulos prefixados do Tesouro Direto
Entre os títulos que saem com taxa predeterminada, o estrategista de renda fixa também aposta na ponta curta de juros. A recomendação dele é o Tesouro Prefixado 2027.
Na plataforma do Tesouro Direto, a taxa para esses títulos gira na casa dos 12,40%. Como lembra Lucas Queiroz, a aposta do Itaú é de uma Selic perto de 11%. “Acreditamos em recuo da taxa Selic ainda em 2025”, afirma.
Títulos do Tesouro Direto IPCA+
Quando o assunto é NTN-B, a recomendação de quase todos os especialistas do mercado é que se opte pelos vértices mais longos. Como esses títulos pagam IPCA, acrescido de umas taxa acima de 6% ao ano, o investidor ganha com o carrego dos juros compostos ao longo dos anos.
“Nos trechos mais longos, continuamos otimistas com o carrego de títulos atrelados ao IPCA”, afirma Queiroz.
Sua recomendação é uma composição entre dois títulos do Tesouro Direto. O primeiro, o Tesouro IPCA+ 2029. Esse título repõe as perdas da inflação, com um prêmio de risco de 6.61% ao ano. O segundo é o Tesouro IPCA+ 2045. Ele paga inflação, mais juros anuais de 6,36%.
Confira abaixo os quatro títulos que integram a recomendação
Indexador | Título | Taxa de negociação |
Pós-fixado | Tesouro Selic 2027 | Selic + 0,0521 |
Prefixado | Tesouro Direto Prefixado 2027 | 12,40% |
IPCA+ | Tesouro IPCA+ 2029 | IPCA + 6,61% |
IPCA+ | Tesouro IPCA + 2045 | IPCA + 6,36% |
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