Demanda por CDBs, LCIs, LCAs e debêntures segue forte em 2025

Os investidores pessoas físicas estão alocando parcelas crescentes de seus investimentos em ativos bancários e em crédito privado, enquanto resgatam recursos dos fundos. É o que revela um mapeamento do BTG Pactual sobre o mercado de renda fixa no Brasil.
Segundo o estudo dos analistas Thomas Tenyi, Renan Tiburcio e Fernando Soares, mesmo com o ciclo de alta dos juros no país, a demanda por papéis como debêntures, LCIs, LCAs e CDBs segue forte em 2025.
Consequentemente, a participação da renda fixa no portfólio total da pessoa física atingiu 36,1% em fevereiro, ante 35,8% no fim de 2024.
Dentro da renda fixa, os ativos bancários atingiram 27,8% do portfólio (ante 27,65% em janeiro), enquanto a fatia do crédito corporativo atingiu 4,6% (de 4,57%), e a dos títulos públicos chegou a 2,6% (ante 2,51%).
Enquanto isso, os fundos de investimento seguiram perdendo espaço, recuando para 23,6% da carteira dos investidores. Em janeiro, essa fatia era de 23,8%.
Fatia dos títulos bancários cresce na carteira dos investidores
O gráfico abaixo ilustra a evolução nos últimos anos das Letras de Crédito Imobiliário (LCI), de Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e de Letra Imobiliária Garantida (LIG) no mercado, como proporção da indústria de fundos de investimentos.

Emissões de crédito privado seguem crescendo em 2025
Já as emissões de crédito privado nos dois primeiros meses do ano atingiram R$ 83 bilhões, montante 52% maior do que no mesmo período de 2024.
O gráfico mostra o volume de emissões com títulos de crédito privado no Brasil. A barra azul indica quanto das emissões foi distribuído no mercado e, a cinza, o quanto ficou com os bancos.

Porém, como mostra o gráfico mais à direita, apesar do crescimento das emissões, o volume que chegou ao mercado mais recente diminuiu para R$ 33 bilhões em 2024, ante R$ 40 bilhões em igual intervalo do ano anterior.
Isso aconteceu porque as instituições financeiras que coordenaram emissões, como de debêntures, preferiram ficar com parte maior desses papéis, já que boa parte é de excelente qualidade (AAA). Ou seja, são de menor risco.
Estoques de crédito privado mantêm rota de expansão
O segmento bancário reportou um avanço significativo nos estoques em fevereiro. O saldo de LCI+LCA+LIG atingiu R$ 1,1 trilhão, alta de 2% sobre janeiro.
O destaque foram as LCIs, que cresceram 3% sobre janeiro, a R$ 428 bilhões. Enquanto isso, o estoque de letras financeiras avançou 2,8%.
O mercado secundário manteve dinamismo em fevereiro, com volume médio diário de R$ 2,6 bilhões, acima dos R$ 2,3 bilhões do mês anterior e +17% ano a ano.
Fundos perdem espaço na preferência dos investidores
O relatório do BTG também mostra que a indústria brasileira de fundos de investimentos avança em 2025 para o quarto ano consecutivo de resgates líquidos, como mostra a tabela abaixo.
As duas colunas da direita mostram uma comparação dos valores acumulados nos dois primeiros meses de 2025, comparados com igual período do ano anterior.

Os números mais recentes ilustram uma tendência multianual, com pessoas físicas alocando mais recursos em ativos bancários (CDBs, LCIs, LCAs), crédito privado e títulos públicos, drenando recursos dos fundos de investimentos.
O universo da pesquisa considera cerca de 1.400 fundos no mercado que tenham pelo menos 10% alocado em crédito privado.
Conheça as gestoras que mais captaram recursos em 2024
Outra revelação do levantamento é o volume de captações líquidas das maiores gestoras de recursos do país.
De um lado, Itaú Asset, BTG Pactual e Bradesco foram os líderes de entradas.
Enquanto isso, na Caixa Econômica e na Kinea os resgates superaram os ingressos de recursos.

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