Estudo traça perfil do investidor em Tesouro Direto; conheça o ativo
16,3 milhões de pessoas investem nos papéis do governo
Mais gente fez depósitos no Tesouro Direto do que saques no mês passado. Tanto que as vendas de títulos públicos superaram os resgates em R$ 1,791 bilhão em dezembro. Segundo dados do Tesouro Nacional, as vendas de títulos atingiram R$ 3,293 bilhões, e os resgates totalizaram R$ 1,687 bilhão, sendo R$ 1,502 bilhão relativos a recompras.
Quais títulos do Tesouro foram os mais procurados?
Os títulos mais procurados pelos investidores foram os corrigidos pela taxa básica de juros, chamado de Tesouro Selic, que corresponderam a 57,6% do total. Os títulos vinculados à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como o Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, tiveram participação de 32,2% nas vendas, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 10,3%.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Resultado para os investidores
Em relação à rentabilidade acumulada, o destaque de dezembro foi para o título Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2031, com vencimento em 1° de janeiro de 2031, que registrou variação de 4,74%.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 79,19 bilhões no fim de dezembro, um aumento de 3,4% em relação ao mês anterior de R$ 76,60 bilhões, e aumento de 26,3% sobre dezembro de 2020 (R$ 62,70 bilhões).
Os títulos remunerados por índices de preços respondem pelo maior volume no estoque, alcançando 55,2%. Na sequência, aparecem os títulos indexados à taxa Selic, com participação de 26,4%, e, por fim, os títulos prefixados, com 18,4%.
Em relação à composição do estoque por prazo, o balanço mostra que 1% dos títulos vencem em até 1 ano. A maior parte, 64,8%, é composta por títulos com vencimento entre 1 e 5 anos. Os títulos com prazo entre 5 e 10 anos, por sua vez, correspondem a 11,2% e aqueles com vencimento acima de 10 anos, a 23,0%.
Quantas pessoas investem em Tesouro Direto?
Em dezembro, 881.029 novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto. O número total de investidores cadastrados é de 16.299.139, o que representa aumento de 77,2% nos últimos 12 meses. O número de investidores ativos chegou a 1.814.127, uma variação de 25,7% nos últimos 12 meses. No mês, o acréscimo foi de 78.761 novos investidores ativos.
A maioria investe pouco
A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, que correspondeu, em dezembro, a 588.989 operações de venda de títulos a investidores, o que correspondeu a 85% das vendas ocorridas no mês. O valor médio por operação, neste mês, foi de R$ 5.592,39.
Investimento para até cinco anos
Os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo de um a cinco anos representaram 61,1% e aquelas com prazo de 5 a 10 anos, 29,3% do total. Os papéis de mais de 10 anos de prazo chegaram a 9,6% das vendas.
Como foi criado o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.
Desde o dia 1º de janeiro, o investidor com recursos no Tesouro Direto paga menos para manter o dinheiro aplicado. A taxa de custódia dos títulos caiu de 0,25% para 0,20% do valor dos papéis.
Com reportagem da Agência Brasil