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André Jakurski, da JGP, aconselha investidores brasileiros a focarem em renda fixa e reduzirem a exposição a ações. Segundo ele, a bolsa brasileira é volátil e oferece retornos inferiores ao CDI. Em um cenário de juros reais elevados, a renda fixa é mais vantajosa. Ele sugere que a alocação em renda variável não ultrapasse 15% do portfólio. Para quem não tem ajuda profissional, a recomendação é evitar ações.
No Brasil, o investidor deve se concentrar em renda fixa e olhar cada vez menos para as ações. A afirmação é de André Jakurski, sócio-fundador da JGP, uma das principais assets do país.
Conhecido por operar fundos que investem, principalmente, em juros e câmbio, André Jakurski também cuidou das alocações de renda variável da JGP, que ele montou em 1998.
Nesta terça-feira (20), Jakurski participou de um evento organizado pelo BTG Pactual. Então, questionado por André Esteves, chairman do banco, sobre como ele encara o recente momento da bolsa, que subiu 14 mil pontos nas últimas semanas, ele foi direto.
Bolsa só com ajuda, diz André Jakurski
“Para quem não está com uma ajuda profissional, é melhor ficar na renda fixa. Para quem tem ajuda profissional, um pouco de bolsa”, afirmou.
Assim, o gestor compara a bolsa e o CDI à fábula da lebre e da tartaruga, de Esopo. Para Jakurski, no Brasil, a bolsa é uma lebre e os juros, a tartaruga. “A lebre corre, mas cansa e perde para a tartaruga, que mesmo sem muita emoção, está sempre andando.”
‘Renda fixa é forte’
“Desde o primeiro dia do Plano Real, 1º de julho de 1994, até hoje, a bolsa dá 45% do CDI. Muito pouco, não é?” Para ele, o Brasil é o contrário dos Estados Unidos. Lá, ele afirma, “a lebre, que é o S&P, é forte, bem alimentada. De vez em quando dá aquela travadinha, mas volta com mais força ainda”, diz.
Dessa maneira, André Jakurski pontua que não adianta o investidor operar com a perspectiva de um horizonte visível de juro real baixo no Brasil. “Quando você trabalha com um juro real de 6% ou até mais, acho que a pessoa deve ter bem mais renda fixa do que renda variável”, aconselha.
Para ele, uma proporção aceitável de renda variável brasileira deve ser de, no máximo de 10% a 15% do portfólio. “O americano tem 60% do dinheiro em bolsa. Já o brasileiro talvez tenha 15%. Eu acho que é o justo, diante da realidade do nosso país”, afirma.
Bolsa a 136 mil pontos: quem pegou, pegou
Recentemente, o Ibovespa, índice com as ações mais líquidas da B3, subiu 14 mil pontos, saindo de 119 mil pontos em junho, para 136 mil pontos, nesta semana.
Questionado por André Esteves se o momento era favorável para comprar, ele disse que não. “Quem pegou, pegou. Quem não pegou, não adianta sair comprando agora.”
Ele explicou a estratégia que adota quando se trata de ações de empresas locais. “O que a gente sempre fez, desde os nossos tempos primordiais, depois que (o mercado de ações) está morto há muito tempo, se compra. Aí, quando dá aquela pancada, todo mundo começa a comprar, o volume da bolsa cresce, as pessoas físicas todas se arrebentando de comprar, meu amigo, a gente vende. Vende e espera”, diz.