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Nasdaq cai mais que S&P 500 em 2022, mas ainda vale a pena no portfólio, diz XP
Apesar de o Nasdaq-100 acumular queda de quase 10% desde o início do ano até ontem, apresentando desempenho inferior em relação ao do S&P 500 (-6,11%), a XP Investimentos afirma que ainda vale a pena ter no portfólio o índice acionário americano formado principalmente por ações do setor de tecnologia.
Em relatório, a XP elenca quatro motivos que justificam porque ainda vale a pena ter exposição ao Nasdaq-100. Inicialmente, a corretora destaca que o índice ligado à tecnologia oferece maiores retornos de longo prazo, ainda que a volatilidade do índice seja semelhante ao do S&P 500.
Também chamam atenção as características das empresas listadas no Nasdaq-100, que possuem maior capacidade de inovação e têm exposição a importantes temas de crescimento estrutural de longo prazo, como energia verde, oferecendo opções de investimentos inexistentes no Brasil, como Inteligência Artificial (AI) e biotecnologia.
Por fim, a XP cita a metodologia transparente do próprio Nasdaq-100, cuja composição é feita pelas cem maiores empresas não-financeiras listadas, ao passo que os componentes do S&P 500 são selecionados por um comitê. “Devido à diferença dessas metodologias, o S&P 500 acaba sendo mais subjetivo e pode haver um impacto significativo, principalmente em empresas de alto crescimento”, afirma a corretora, em relatório.
Ainda assim, a XP Investimentos lembra que o Nasdaq-100 está pressionado neste ano devido às discussões no mercado financeiro sobre a política monetária nos Estados Unidos e a retirada dos estímulos implementados durante a crise da pandemia. A corretora acrescenta que o debate ocorre em meio à recuperação econômica e à alta da inflação no país.
“E o aumento das taxas de juros de longo prazo, como é o caso da Treasury de 10 anos (T-note), está levando as ações de tecnologia a sofrer mais do que outros setores”, afirma, acrescentando que o aumento no rendimento (yield) da T-note de referência significa um desconto no “valor justo” dessas ações.
A XP lembra que o setor é tido como “de crescimento” – ou seja, grande parte do crescimento de lucro ainda virá no futuro. A corretora lembra que para “trazer” esse crescimento para o presente, os analistas usam a taxa referencial de juros de longo prazo que, por sua vez, tem uma relação inversa com o valor presente das companhias.
“Em outras palavras, quando os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA sobem, esse lucro futuro torna-se menos valioso no dinheiro de hoje. E como o Nasdaq-100 é um índice que tem maior peso em empresas de tecnologia (‘de crescimento’) do que o S&P 500, acaba sofrendo mais com o aumento dos yields”, acrescenta a XP.
De qualquer forma, a corretora avalia que no curto e médio prazos, os três principais índices acionários americanos vão ter mais volatilidade, devido ao discurso cada vez mais duro (“hawkish”) do Fed em relação à retirada de estímulos monetários, sendo que o Nasdaq-100 tende a ficar mais vulnerável. “No longo prazo, porém, ainda acreditamos nos benefícios de diversificação de ter investimentos internacionais, especialmente para investidores brasileiros que tendem a estar pouco alocado em ativos não-domésticos”, conclui.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico
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