Proteção de patrimônio investindo no exterior: conheça boas estratégias

Um dos planos de ação tem foco no curto e médio prazo, enquanto a outra estratégia de investimento foca no longo prazo

Para quem busca alocar parte do dinheiro fora do País, saiba que essa pode ser uma boa opção. Afinal, é uma forma de manter o poder de compra e de proteger o patrimônio. Isso porque uma gama de produtos e serviços consumidos pelos brasileiros sofre impactos da variação do dólar de forma direta ou indireta. O que pode fazer o dinheiro do brasileiro ‘valer menos’. E é aí que é interessante considerar estratégias de investimento no exterior a fim de proteger o patrimônio dessas oscilações.

A Inteligência Financeira conversou com quatro especialistas que apresentaram dois planos de ação com esse foco. Uma estratégia é para o curto e médio prazo e a outra para prazo mais longo.

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    “O mercado (de investimentos) norte-americano hoje representa mais de 50% do mercado global. Por meio dele o investidor acessa não só ativos de empresas norte-americanas, em títulos americanos, mas do mundo inteiro. Além de diversas estratégias entre renda variável e renda fixa”, comenta Juliana Benvenuto, sócia e coordenadora de conteúdo da Avenue.

    Estratégias de investimento no exterior

    Para começar, vale saber que o plano para investir no exterior com foco em proteção de patrimônio, especialmente em prazos curtos, é bem igual às estratégias brasileiras.

    “Quando o investidor quer um ativo financeiro com alta liquidez para proteger o patrimônio no curto prazo, por exemplo, ele pensa no Tesouro Selic. Já lá fora tem os títulos do governo americano, os treasuries, que possuem vencimento em prazos curtos e até curtíssimos. Algo entre três até seis meses, e que tem baixíssimo efeito da marcação ao mercado”, explica Paula Zogbi, gerente de research da Nomad.

    Ainda de acordo com a especialista, esses títulos norte-americanos não remuneram de uma forma pós-fixada como o Tesouro Selic. “Mas não sofrem oscilações nos preços, porque vão pagar exatamente a taxa de juros americana. E pelo prazo curtíssimo as treasuries, nesse caso, não sofrem o efeito da marcação a mercado.”

    Proteção de patrimônio no curto e médio prazo

    E ainda que a ideia seja manter o investimento em um tempo maior do que seis meses, os títulos americanos continuam sendo a melhor estratégia de investimento no exterior.

    Para Mariana Conegero, especialista em investimentos e sócia da The Hill Capital, os treasuries são considerados os ativos mais seguros do mundo e são fáceis de resgatar em qualquer momento sem grandes perdas. “Se o foco for proteção patrimonial pura, essa é a escolha mais defensiva e confiável”, acredita.

    Estratégia de investimento no exterior

    A pedido da Inteligência Financeira, Mariana montou uma estratégia de investimento no exterior para proteger o patrimônio do investidor brasileiro no curto e médio prazo. E a carteira recomendada é:

    • 40% de treasuries de curto prazo, como os ETFs SHY, BIL: “Esses ativos são menos voláteis e garantem proteção contra quedas de juros no futuro”, explica a especialista.
    • 40% de treasuries de médio prazo, como os ETFs AGG, VGIT: para maior rendimento sem assumir grandes riscos. “Esses investimentos possuem boa relação risco-retorno em um cenário de juros elevados”, afirma Mariana.
    • 20% de bonds corporativos, como LQD, VCIT: “São empresas com alta qualidade de crédito, trazendo rentabilidade extra”, diz a profissional da The Hill Capital.

    Mariana argumenta que a escolha de plano de investimento visa segurança, “uma vez que a maior parte do capital está em ativos soberanos dos Estados Unidos, (que são os títulos do governo norte-americano). É uma estratégia que tem particularmente uma rentabilidade estável, pois mesmo que os juros caiam, os títulos médios e longos podem se valorizar.”

    Estratégia de investimento no exterior a longo prazo

    Já quando a premissa é manter o ativo financeiro fora do Brasil por um longo período focando na proteção de patrimônio, Caio Zylbersztajn, sócio da Nord Investimentos, também acredita que a melhor estratégia é alocar uma maior parcela em renda fixa, mas também com uma quantidade de dinheiro na variável.

    “Nossos portfólios carregam uma posição em média de 60% em renda fixa (divididos em títulos soberanos – as treasuries – e corporativos) e 40% em renda variável, sendo uma parte em índices acionários de China”, comenta.

    O que são índices acionários
    Vale lembrar que índices acionários são indicadores que medem a performance de um conjunto de ações de um determinado país.

    Essa estratégia conjuntural com 60% em renda fixa e 40% em renda variável, de acordo com Zylbersztajn, permite que a volatilidade do portfólio seja controlada com a parcela de renda fixa. “E assim, acaba funcionando como um amortecedor para uma possível desaceleração de atividade econômica nos Estados Unidos.”

    Até por conta das recentes ações do governo de Donald Trump, como as taxações a produtos vindos de outros países, por exemplo, entre outros atos, existem rumores de que a economia norte-americana possa entrar em recessão.

    Investir no exterior pode ter melhor resultado

    Para finalizar, o sócio da Nord comenta que apesar de ser essencial ter parte do patrimônio alocado internacionalmente em moeda forte e geografias diferentes, é fundamental que os investidores busquem orientações profissionais e independentes. “Para que assim evitem custos elevados e investimentos malsucedidos”, afirma.

    A especialista conta ainda que “os títulos de renda fixa nos EUA, por exemplo, que têm chamado bastante atenção dos investidores devido à cultura de renda fixa no Brasil, são pouco transparentes e muitas vezes embutem spreads acima de 2% na compra. Estes custos muitas vezes podem ser reduzidos para 0,125% caso acompanhado de bons profissionais.”

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