Inflação nos EUA para baixo, bolsa para cima?

Dados de inflação foram bem recebidos pelo mercado americano

Trader acompanha o desempenho do mercado de ações nos Estados Unidos. Foto: Brendan McDermid/Reuters
Trader acompanha o desempenho do mercado de ações nos Estados Unidos. Foto: Brendan McDermid/Reuters

A semana passada foi muito importante para o mercado. Em resumo, tivemos dados de inflação nos EUA que foram bem recebidos pelo mercado, resultando em uma reação favorável no mercado de renda variável e ativos de risco.

Entrando em mais detalhes, a inflação ao produtor ficou acima do esperado, com preços ao produtor subindo 0,5% em abril em comparação a março, número superior aos 0,3% esperados. No entanto, houve uma revisão para baixo do dado anterior, referente a março, que foi alterado de +0,2% para uma queda de 0,1%. Com isso, a leitura do mercado foi favorável.

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Índice de inflação ao consumidor

Mas o principal dado da semana foi divulgado na quarta-feira (15/05). O índice de inflação ao consumidor mostrou uma evolução positiva em abril, ficando abaixo do esperado em seu índice cheio na medição mensal e em linha com as expectativas nas demais medições. Isso ocorreu após meses de resultados surpreendentemente altos.

Destaca-se também o fato de que o núcleo do índice subiu 0,3% em abril, após ter subido 0,4% nos três primeiros meses do ano. A interpretação do mercado foi positiva, com a percepção e talvez até a esperança de que podemos estar vendo um retorno a uma trajetória benigna do índice de preços, especialmente em seu núcleo, o que poderia possibilitar uma mudança na política monetária do Fed.

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Como resultado, vimos os yields dos títulos de dívida americana (Treasuries) cederem. E as expectativas de cortes de juros em setembro aumentaram. Em suma, atualmente o mercado considera agora como cenário mais provável dois cortes em 2024 – nas reuniões de setembro e dezembro. 

Refletindo o movimento dos juros e os resultados corporativos (comentados mais abaixo), vimos a bolsa americana atingir novas máximas históricas. S&P 500 e Nasdaq têm altas acumuladas de cerca de 12% no ano.

De fato, os dias de divulgação do CPI têm se caracterizado por maior volatilidade. E com as altas desta semana, as 500 empresas do S&P 500 passaram a representar quase 40% do valor de mercado de todo o mundo. Por outro lado, o mercado voltou a negociar em patamares de ganância, bem diferentes de um mês atrás.

E os resultados

De fato, essa alta da bolsa não se deve apenas a juros e inflação. Como comentamos na semana passada, os resultados têm mostrado que as empresas estão conseguindo proteger suas margens e crescer receitas e lucros.

Até o momento, 93% das empresas do S&P 500 divulgaram seus resultados, com 70% atendendo ou superando as expectativas de receita do mercado, e 83% atendendo ou superando as expectativas de lucro do mercado.

Em geral, os lucros das empresas do S&P 500 apresentaram um crescimento de 8,46%, e as vendas cresceram 1,01%. Entre os setores, destacam-se os crescimentos de lucro nos setores de Consumo Discricionário, Comunicação e Saúde.

 “All time high”… E agora?

Nunca é demais lembrar que o fato de a bolsa ter atingido máximas não significa que quem investir agora irá perder dinheiro. Já demonstrei isso aqui algumas vezes, e, corroborando essa ideia, o Scotia Bank mostrou que máximas do mercado acionário são seguidas por novas máximas! O interessante é ver que o retorno de quem investiu em momentos de máxima difere pouco de quem investiu em outro dia qualquer.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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