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Vem aí mais um bom ano para o agronegócio e isso deve ajudar investidor; entenda
Depois de uma safra considerada boa no campo, mas que terminou desafiadora para o mercado financeiro, com alguns calotes e recuperações judiciais, o agronegócio deve trazer um novo ciclo positivo para o investidor a partir deste segundo semestre de 2024 até a primeira metade de 2025.
Essa é a expectativa do Itaú BBA, que divulgou nesta quarta-feira (7) um levantamento com as perspectivas para próxima safra, que começa a ser plantada agora.
O material destaca uma conjunção de fatores positivos para o agronegócio principalmente nas culturas de grãos, de proteína animal e o setor sucro-alcooleiro, três dos nichos mais representativos do agro no mercado de capitais.
Alta do dólar beneficia agronegócio
Segundo os analistas, do Itaú BBA, o campo deve se beneficiar de um dólar mais apreciada frente ao real e um mercado externo favorável para aliviar as margens de lucro, que vinham pressionadas, entre outros fatores, pela alta dos insumos, como os fertilizantes.
“O preço do grão e da proteína não deve crescer. Mas, em compensação, o custo vai cair no agronegócio, fazendo com as margens dos produtores sejam melhores”, afirmou Pedro Fernandes, diretor de agro do Itaú BBA, durante coletiva em que comentou os resultados do relatório.
Cenário pode favorecer CRAs e Fiagros
Segundo ele, o cenário pode turbinar a emissão de títulos com menor risco no segundo semestre, como certificados de recebíveis do agro (CRAs) e debêntures de infraestrutura.
“Esperamos que os melhores emissores do agronegócio emitam títulos de dívida”, diz. “O ano teve um começo complicado, principalmente com alguns títulos e alguns Fiagros. Mas eu estou otimista para o segundo semestre”, afirma.
Fiagro é um tipo de fundo que investe nas cadeias produtivas do agronegócio, seja em imóveis ligados ao setor ou na própria atividade. Os gestores compram CRAs e negociam as cotas dos fundos aos investidores numa estrutura muito semelhante ao dos fundos imobiliários (FIIs).
Esse é um mercado novo. A classe foi lançada há três anos sob grande expectativa, por abarcar um setor que vem carregando a economia nos últimos anos. Chamou a atenção dos investidores. Mas algumas gestoras se viram com alguns títulos problemáticos, emitidos por empresas que entraram em processo de recuperação judicial.
“Acho que o investidor teve um primeiro contato com os fiagros. Mas, agora, compreendem mais o risco e devem fazer uma análise fundamentalista dos ativos”, apontou o executivo do Itaú.
Expectativa para próxima safra
Segundo o relatório do Itaú, a produção de grãos deverá ser recorde em 24/25. Isso, muito em função dos resultados esperados pelos grandes mercados produtores, a saber: Estados Unidos, Brasil e Argentina.
O preço dos grãos, deve se manter equilibrados, sem alta. Mas, como o custo de produção deve cair, principalmente com a melhora no preço dos fertilizante, o produtor do agronegócio deve ter um alívio em suas margens.
O ponto de atenção, diz o relatório, fica com a La Niña. O fenômeno, que sucede o El Niño, deve se consolidar nos próximos dois meses e vai pegar justamente o início do plantio no Hemisfério Sul.
Ao contrário do El Niño, que traz chuvas, a La Niña tende a secar o clima, principalmente na parte mais ao sul do continente americano. Atinge principalmente o Rio Grande do Sul, segundo maior produtor de soja do Brasil, além de Argentina, Paraguai e Uruguai.
O destaque da safra, segundo o Itaú, deverá ser a soja. Em busca de retornos melhores, os EUA e a Argentina reduziram a área de plantio de milho e aumentaram a de soja. O Brasil deve aumentar um pouco a área de milho.
Agronegócio: Janela para frigoríficos
Na produção de proteínas animais, o mercado vai se beneficiar de um preço até 15% mais barato do bezerro. O mercado viveu um acumulo de fêmeas, que aumentou o abate do gênero e derrubou o apetite por gado novo.
Para Cesar Castro Alves, gerente da consultoria agro do Itaú BBA, essa situação deve se manter ao longo de 2024 e 2025. “O preço do bezerro pra baixo, derruba também o preço do boi”, afirma.
Para o especialista, a situação abre uma janela de lucratividade principalmente para os frigoríficos. Lembrando que, na B3, são quatro representantes do setor: Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3).
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