Sparta vai reabrir captação de fundo de título incentivado de olho em retorno histórico

O fundo tem como meta bater o IMA-B 5, índice da Anbima que representa os títulos indexados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos

A Sparta, gestora de Ulisses Nehmi que administra R$ 17 bilhões, vai retomar a partir do dia 1 de abril a captação para seu fundo de debêntures incentivadas IPCA+, o Sparta Debêntures Incentivadas Inflação.

Com patrimônio de R$ 1,24 bilhões e 25 mil cotistas, o fundo estava fechado já há um ano. Segundo a Sparta, eles paralisaram a captação em virtude da forte demanda e a dificuldade, naquela época, de carregar ativos que respondessem às expectativas dos investidores.

Inteligência Financeira
PLANILHA DE CONTROLE FINANCEIRO
Pensando em gastar menos para investir mais?

Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito ao método da ‘Planilha de Controle Financeiro’. É só baixar e começar.

ou preencha os campos abaixo

    Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

    Isso porque, depois de muita procura, o mercado entrou num ciclo de fechamento de spreads, como é chamado o prêmio que excede o retorno pago por um título público. Nesse caso em particular, uma NTN-B do Tesouro Direto.

    Mas acontece que, mesmo sem muito prêmio, o retorno dos títulos IPCA+ subiu muito, hoje em patamares poucas vezes vistos no mercado de renda fixa. Uma NTN-B do Tesouro Direto com vencimento em 2029, por exemplo, paga neste momento acima de 7,60% ao ano.

    Isso, associado à isenção de Imposto de Renda do títulos incentivados de crédito corporativo, acrescenta 2,5 pontos percentuais a esse retorno. “Os spreads das incentivadas não estão maravilhosos, mas a opção de não pagar Imposto de Renda já é super interessante, já dá uma perspectiva de retorno bom”, afirma Natália Coura, diretora de distribuição.

    O fundo tem como meta bater o IMA-B 5, índice da Anbima que representa os títulos indexados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos. O índice está com carrego acima de IPCA+ 7%.

    “Quando a gente olha agora para o indexador, que está com esse carrego todo, a gente acha que tem uma oportunidade muito grande de ganhar o retorno do IMA-B 5, somando essa isenção de Imposto de Renda. Foi por isso que reabrimos o fundo”, diz Coura, que quer captar R$ 500 milhões.

    Gatilhos para abertura dos spreads

    No ano passado, a Sparta foi uma das gestoras que mais cresceram na Faria Lima. A asset passou de R$ 10 bilhões para R$ 17 bilhões sob gestão. Desse dinheiro, R$ 1 bilhão chegou com a rentabilidade das carteiras. Os outros R$ 6 bilhões vieram de aportes e novos cotistas.

    “O ano passado foi muito bom para o mercado de crédito incentivado. Vimos uma procura muito forte”, conta a diretora de distribuição. “Neste ano pensamos diferente. Existem anos para colher e para plantar. Neste ano, vamos plantar”, afirma.

    A executiva avalia que, neste momento, os prêmios pagos pelos títulos estão chegando no limite do aperto. E, daqui em diante, é questão de tempo até que voltem a abrir. “Estamos com o dobro de caixa em todos os nossos fundos”, conta. Os fundos fechados, por exemplo, negociados em bolsa, têm em torno de 10% em aplicações pós-fixadas, de curto prazo.

    Natália Coura lembra que existem três gatilhos para a abertura dos spreads. Um, na mudança de fundamento da economia, que aconteceu em dezembro com a reprecificação dos juros e da inflação. Outro, no caso de um evento importante de crédito, como foi com Americanas e Light. O terceiro, no caso da redução forte de fluxo de investidores.

    “Houve uma mudança de fundamento recentemente e não precificamos um evento de crédito de empresa high grade. No nosso entendimento, o trigger (gatilho) pode vir de uma queda de fluxo de investidores que pode acontecer em algum momento neste ano”, diz.

    Segundo ela, depois de atrair o investidor como nunca antes na história, os fundos de crédito privado vão apresentar dificuldades em manter os rendimentos. Isso, na verdade, já está acontecendo. Se o movimento persistir, e essa é a crença da executiva, associado a um componente extra, como alguma melhora na renda variável, a demanda por crédito deve cair. “E os spread vão abrir”, diz.

    Segundo Natália Coura, é justamente por movimentos como esse, de entrada e forte saída de investidores, que a Sparta não tem hoje fundos de liquidez imediata, os chamados fundos D+A. “Todos os nossos fundos são D+30 (com prazo de resgate de 30 dias). Por isso, conseguimos ganhar com esses movimentos”, conta.

    Hoje, o mercado tem R$ 2 trilhões aplicados em fundos de crédito privado. São 1.795 fundos. Os maiores fundos do mercado são os mais líquidos, com prazo de resgate imediato.

    Este site usa cookies e dados para fornecer serviços e analisar audiência.Saiba mais