Quanto custa contratar um consultor financeiro?

Pagar para sair das dívidas faz sentido? Sim, e você vai saber por qual motivo logo abaixo

Quem tem dificuldades para se organizar financeiramente pode contar com um consultor financeiro para sair do vermelho, arrumar as contas, economizar e começar a investir. Mas, afinal, quanto custa – e como – contratar um consultor financeiro?

Esse profissional pode atuar tanto na gestão financeira quanto na orientação de investimentos. Ele também pode se apresentar como planejador financeiro ou assessor financeiro. O que os diferencia é a certificação para atuar, mas as áreas de abrangência são as mesmas, segundo a Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).

São esses profissionais que vão dar um jeito no orçamento familiar e propor estratégias. E não precisa ser rico para ter acesso à consultoria.

Quem contrata um consultor financeiro?

Qualquer pessoa pode contratar um consultor financeiro pessoal. Não é preciso ter grandes quantias de dinheiro para gerir, basta querer se organizar para contar com o olhar especializado desse profissional.

“O trabalho de um consultor é abrangente, não fica restrito somente à área financeira ou aos investimentos do cliente. A gente faz um levantamento do momento do cliente e o ajuda a se preparar para as próximas etapas”, explica Andrea Crespi, assessora de investimentos do Grupo Fractal e planejadora financeira CFP pela Planejar.

Quem tem dívidas deve contratar um consultor financeiro?

Pode parecer contraditório gastar para sair das dívidas. Mas para Nayra Sombra, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar, o consultor financeiro pode ajudar a definir estratégias para o devedor sair do vermelho.

Esse profissional poderá auxiliar na negociação de dívidas, indicando os melhores termos, como uma redução de taxas de juros, ou pagamentos mais longos, por exemplo. Nayara explica que esse profissional também pode ajudar a encontrar opções de crédito mais baratas, consolidando dívidas, indicando empréstimos com garantias ou programas de refinanciamento.

“Um consultor financeiro desenvolve um plano de pagamento estruturado e realista, que leva em consideração as prioridades financeiras do cliente e sua capacidade de pagamento. Isso pode ajudar a evitar a acumulação de mais dívidas e a recuperar o controle financeiro de forma gradual e sustentável”, afirma Nayara Sombra.

Como o consultor financeiro trabalha?

Em geral, a atuação do consultor financeiro envolve quatro passos importantes, que incluem a avaliação, o estabelecimento de metas, o desenvolvimento do plano financeiro e o monitoramento da execução, explica Nayara Sombra. 

Na avaliação financeira, a análise tem receitas, despesas, ativos e passivos. Isso permite ter uma visão completa da situação atual para identificar áreas de melhoria.

Em seguida, vem o estabelecimento de metas financeiras, em conjunto com o cliente. Nessa etapa, entram metas financeiras claras, que podem incluir planos para a aposentadoria, comprar uma casa, pagar dívidas ou financiar a educação dos filhos, por exemplo.

Depois, o profissional desenvolve um plano financeiro personalizado. Aqui, não existem fórmulas prontas. É preciso avaliar caso a caso, de acordo com a realidade de cada cliente. “Isso pode envolver a alocação de ativos, a diversificação da carteira de investimentos, o planejamento tributário e a gestão de riscos”, explica Nayara.

Ao final, há um monitoramento do andamento e execução deste plano.

Aqui, tudo precisa funcionar no dia a dia. Assim, o consultor fica de olho nas dificuldades que possam surgir ao longo do caminho, para fazer ajustes e garantir que o plano atinja as metas definidas. 

De bônus, ao passar por todas essas etapas, o cliente acaba tendo aulas de educação financeira, porque o consultor explica os conceitos importantes para aquela pessoa, dá dicas de produtos de investimento e estratégias de gestão financeira para melhor gerenciar seus ganhos.

“O trabalho de um consultor financeiro pessoal é guiar e apoiar os clientes em sua jornada financeira, ajudando-os na tomada de decisões, alcançando assim, seus objetivos”, afirma a planejadora.

Quanto custa contratar um consultor financeiro?

O trabalho de consultoria financeira acontece diretamente com o cliente.

Isso, conforme os objetivos e prazos, já com os valores do serviço, conforme explica Andrea Crespi.

Os consultores podem cobrar por hora, pacote de serviços, ou porcentagem dos ativos sob gestão, caso a intenção seja receber assessoria personalizada de investimentos, afirma Nayara Sombra.

Confira abaixo, os tipos de serviços e para quem eles são indiciados, segundo Nayara:

  • Por hora: Ideal para clientes que precisam de ajuda com questões específicas ou que desejam uma consulta pontual para esclarecer dúvidas. Os valores podem girar em torno de R$ 200 a R$ 800, dependendo da experiência e especialização,
  • Pacote de serviços: Incluem consultas e serviços específicos ao longo de um período de tempo definido, como um trimestre ou um ano. Os pacotes podem conter reuniões regulares, revisões de portfólio, planejamento tributário, entre outros. Os valores podem ficar entre R$ 1.000 e R$ 5.000 ou mais, dependendo da complexidade e abrangência dos serviços.
  • ⁠Porcentagem de ativos sob gestão: Voltado para quem quer apoio e estratégia personalizada de investimento. O consultor dedicado a uma assessoria personalizada está motivado a ajudar o cliente a aumentar o valor de seus investimentos ao longo do tempo, porque ele cobra uma taxa sobre o valor bruto, que varia entre 0,5% e 2% ao ano.

“O cliente pode contratar um consultor para fazer um contexto financeiro atual, ajudando no dia a dia das finanças presentes e futuras, onde chamamos fase de acumulação de capital. Posterior a isso, na fase de proteção do patrimônio já adquirido, o consultor pode ajudar na preservação e sucessão de patrimônio”, afirma Andrea Crespi.

Como escolher um profissional?

O recomendado é que se procure profissionais com certificação. Há cursos preparatórios para atuar na área e, mesmo que essa certificação não seja obrigatória, ela acaba sendo um norte para quem busca um profissional qualificado.

Duas instituições no país atuam nas certificações: a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).

Na Anbima, é possível buscar por profissionais que atuam na área de investimentos, com certificação CEA (Certificação de Especialistas em Investimento). 

Na Planejar, estão os profissionais que atuam com investimentos e planejamento financeiro, com certificação CFP (Certified Financial Planner), de abrangência internacional.

Além disso, o indicado é buscar o histórico profissional e as referências do consultor com clientes anteriores, sugere Nayra Sombra.

Outra iniciativa que pode ajudar na escolha é marcar reuniões iniciais com os consultores para alinhar objetivos e estratégias – nesta etapa, será possível verificar se o perfil do consultor está alinhado com o do cliente, e se ele demonstra interesse genuíno em conhecer as necessidades e motivações de quem irá atender.

“Use essa oportunidade para fazer perguntas sobre sua abordagem para o planejamento financeiro, sua experiência com clientes [de perfis] semelhantes ao seu e sua capacidade de fornecer soluções personalizadas e orientação eficaz”, sugere Nayara Sombra. 

Além disso, é importante fechar um contrato em que os termos e condições do acordo estejam claros para ambos os lados, incluindo responsabilidades e políticas de rescisão.

Por exemplo: o que acontece se os objetivos não forem alcançados? Quais são os ajustes? Como será o monitoramento do projeto?

Nesta etapa, é importante esclarecer todas as dúvidas para você não chegar ao fim da jornada sem atingir seus objetivos.