Fechar
Os 5 pontos cruciais para identificar um bom COE
Conheça mais um investimento para auxiliar na diversificação da carteira
Não é de hoje que eu escuto muita gente qualificada do mercado financeiro que entende que os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) não são bons, por natureza.
Temos que analisar o produto em si, mas, também, o contexto no qual ele se encontra. Lembro que para isso eu desenvolvi, nos frios e tristes dias da pandemia de 2020, uma abordagem que podia nos ajudar a entender se um COE é bom ou não.
Batizei isso de modelo dos “5 Ps”, pois os cinco atributos que eu entendo como principais para definir a qualidade de um COE começam todos com a letra “P”. São eles: Potencial de Ganho, Proteção, Prazo de liquidez, Preço e Portfólio.
Vamos explorar cada um deles abaixo, mas, antes, vale se inscrever no canal do íon Itaú no YouTube e já e ativar a notificação para acompanhar uma live sobre COEs, que vai explicar as principais características e como investir nesse tipo de produto.
Live | COE: o que é, como funciona, benefícios e dicas
Quando:
18/10, às 19h
Onde:
Canal do íon Itaú no YouTube.
Participantes:
Extra: Além da Live, o íon Edu, plataforma de educação do íon, disponibilizou um curso gratuito para quem quiser se aprofundar no conhecimento sobre os COEs.
Agora, é hora de entender como o conceito dos “5 Ps” pode ajudar a identificar um bom COE, desmistificando um produto complexo, mas que pode ajudar na diversificação dos investimentos.
Os COEs, geralmente, têm sua rentabilidade atrelada a um cenário econômico. Pode ser a alta da bolsa, a queda do dólar, o movimento de alguma commodity, e por aí vai. O fato é que temos que entender se o cenário do qual ele se beneficia faz, de fato, sentido econômico e qual será a recompensa caso ele seja atingido.
De nada adianta um COE que se beneficia de um cenário que não faz sentido ou que é altamente improvável, e também de nada adianta um COE que, se o cenário de ganho se concretiza, apresenta rentabilidades pequenas, não muito diferentes daquilo que seriam encontradas em algumas oportunidades mais conservadoras, como na renda fixa. Vale, então, analisar o que acontece se as coisas forem bem.
Tem um livro que já li muitas vezes, embora não concorde completamente com ele, que se chama “Os axiomas de Zurique”. Nele, tem um ponto que sempre me chamou atenção: a definição de otimismo e de confiança. O otimismo, segundo o livro, às vezes é um tanto ingênuo e nos faz correr riscos desnecessários.
Já a confiança é certeza de que eu consigo me sair bem, caso as coisas não ocorram conforme o planejado. Interessante a definição e eu acho que combina muito com uma estrutura de um COE.
Acreditar no cenário-base está incluso dentro da definição de “Potencial de Ganho” que acabei de descrever, mas, a questão da proteção acaba nos remetendo ao que acontece com o produto, caso as coisas não andem conforme o esperado. Qual o nível de proteção? Tem o capital garantido? Tem alguma rentabilidade mínima? Quando é acionada a proteção? Esses são pontos fundamentais.
Pela natureza do produto, os COEs costumam ter um horizonte que varia de vários meses até vários anos. O prazo é necessário pela estrutura financeira, que geralmente é composta por opções.
Entretanto, muitos COEs oferecem liquidez a partir de um determinado momento anterior ao vencimento. E isso é bom porque permite realizar ganhos ou, eventualmente, procurar novas alternativas. Investir em ativos que têm a possibilidade de serem resgatados, mesmo com marcação a mercado, é sempre interessante.
No produto COE nem sempre é fácil de identificar qual o Spread ou a margem que o emissor está ganhando na estrutura. Lembro, inclusive, de muitas casas que durante muito tempo criticaram fundos de investimento caros ou a própria poupança, mas quando as estruturas de determinados COEs eram analisadas, era possível concluir que eles eram tão caros ou mais.
Na hora de investir, compare com uma estrutura semelhante em diversas casas. Ou peça explicitamente as informações sobre os custos envolvidos. Às vezes, os custos de um determinado COE podem ser tão elevados que comprometem ou o “Potencial de ganho” ou a “Proteção”.
Lamentavelmente, muitas das casas que cobraram margens enormes foram responsáveis por terem machucado a imagem do produto e feito com que muita gente acreditasse que os COEs são sempre ruins. Volto ao ponto: há COEs bons em cenários bons. É a lógica do azeite de dendê.
O quanto um produto ajuda na diversificação da carteira? Ele combina com os outros ativos que nela se encontram? Ele ajuda a diversificar? Como são as correlações? Essas questões são fundamentais no mundo dos investimentos.
A diversificação faz muito sentido porque ajuda a gerar retorno sem necessariamente assumir riscos desnecessários. Como costumo dizer, a diversificação é o jeito mais inteligente de assumir riscos. Ao investir no COE, vale a pena analisar se ele contribui ou não para a carteira como um todo.
O contexto é chave Na recomendação de produtos deste mês no Itaú, incluímos alguns COEs entre os produtos selecionados. Queria falar do COE de bolsa. No momento atual, é quase consenso que a bolsa Brasileira está num patamar barato em relação aos lucros que as empresas geram, entretanto, os riscos presentes, tanto no cenário Internacional como no cenário local, têm impedido a Bolsa de valorizar-se de uma forma mais consistente.
Pois é, o “potencial de ganho” está aí, mas os riscos estão aí também. Nada melhor do que um produto que apresente bons potenciais de ganho com níveis de proteção interessantes, e é por isso que escolhemos um COE de bolsa que te permite participar dos ganhos de uma forma alavancada, com a proteção em caso de queda da Bolsa.
Por Martin Iglesias, CFP
Leia a seguir