De ouro a bitcoin: a importância de diversificar para ter a carteira protegida em tempos incertos

Em meio à incerteza, cresce a importância de ativos defensivos e descorrelacionados para aumentar a robustez dos portfólios

Nos últimos meses, o cenário econômico global passou por mudanças relevantes, marcadas por riscos crescentes e incertezas persistentes. A combinação entre preocupações com estagflação, tensões comerciais em alta e sinais de desaceleração no crescimento dos Estados Unidos dominam o debate econômico global.

Nesse ambiente, tarifas mais abrangentes, inflação pressionada e baixa confiança do consumidor vêm penalizando ativos de risco – ao mesmo tempo em que aumentam a demanda por portos seguros e por carteiras mais resilientes.

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    Do ponto de vista técnico, os preços já refletem parte desses riscos. Essa correção é vista por muitos analistas como um ajuste saudável, que reconhece a nova distribuição de cenários possíveis.

    Em meio à incerteza, cresce a importância de ativos defensivos e descorrelacionados, como ouro e bitcoin, para aumentar a robustez dos portfólios.

    A clareza do ciclo de juros no Brasil

    No Brasil, o Copom sinalizou um ritmo mais moderado no aperto monetário, mencionando as defasagens da política monetária como justificativa para a cautela.

    Essa sinalização gerou dúvidas no mercado. Estamos apenas desacelerando ou próximos do fim do ciclo?

    Experiências anteriores – como em 2021-2022 e 2006-2007 – mostram que esse tipo de discurso indica mais um ajuste de ritmo do que o fim do ciclo em si. Mas, mesmo assim, o mercado já começa a precificar um possível ponto de inflexão em 2025.

    Projeções coletadas recentemente com agentes de mercado sugerem que há viés de queda nos juros a partir do próximo ano, o que poderá abrir espaço para um novo ciclo de crescimento em ativos de risco.

    E a bolsa, vai seguir surpreendendo?

    Esse movimento nos juros tem implicações diretas sobre a bolsa brasileira.

    Profissionais de diversas casas de análise destacam que o mercado local combina hoje preços atrativos com posicionamento técnico leve, fatores que podem servir de suporte para uma reavaliação positiva dos ativos de risco.

    Não à toa, pesquisas com diversos gestores revelam um aumento, ainda que marginal, de posições compradas bem como a redução das apostas de queda na bolsa, corroborando melhora de sentimento em relação a essa classe de ativos.

    Segundo números da B3, o saldo de recursos de investidores estrangeiros no segmento secundário da B3 (ações já listadas) está positivo em R$ 14,3 bilhões no ano.

    E o mundo, o que nos reserva? 

    No cenário global, os Estados Unidos seguem em foco.

    O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) manteve os juros inalterados, revisou para baixo suas projeções de crescimento e elevou as expectativas de inflação no curto prazo.

    O mercado agora precifica dois cortes de juros em 2025, com chance de um terceiro. Mas sem grande convicção. Enquanto isso, tarifas mais agressivas, política fiscal contracionista e incertezas sobre imigração e desregulamentação criam um pano de fundo complexo para os investidores.

    Olhando para frente

    O ambiente econômico global é caracterizado por alta incerteza política nos Estados Unidos, com cautela (ainda que momentânea) no chamado ‘excepcionalismo americano’.

    Enquanto isso, a China segue um plano gradual de reativação econômica, impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico e de inteligência artificial. Na Europa, medidas como o rearmamento e o abandono das regras de freio à dívida favorecem o crescimento, com as economias periféricas mostrando maior resiliência em meio a tensões comerciais.

    O presidente da China, Xi Jinping, em discurso. Foto: Isac Nóbrega/Presidência

    No Brasil, os ativos tendem a se ajustar às novas expectativas para o ciclo de juros, com potencial impacto positivo sobre ações, crédito e outros ativos de risco

    E seus investimentos?

    Em momentos de instabilidade econômica e incertezas no cenário global, é ainda mais importante ter um portfólio bem diversificado e com ativos que se comportem de forma diferente entre si.

    Neste contexto, vale a pena manter uma boa exposição em renda fixa, que traz estabilidade para a carteira. Ao mesmo tempo, é essencial manter uma diversificação internacional, aproveitando oportunidades fora do Brasil e reduzindo a dependência de fatores locais.

    A renda variável brasileira pode voltar a ganhar força mais à frente, principalmente se os juros caírem, então vale acompanhar de perto e estar preparado para aproveitar esse movimento no momento certo.

    Além disso, ativos como ouro e bitcoin podem ajudar a proteger a carteira, já que costumam se valorizar ou se manter resilientes em cenários de crise ou incerteza.

    No mundo atual, com tantos fatores em jogo, ter um portfólio equilibrado, diversificado e adaptado a diferentes cenários é o melhor caminho para proteger e crescer seu patrimônio com consistência.

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