Pré, pós ou IPCA+? Veja dicas para escolher o melhor título de renda fixa com a Selic em 14,25%
O que o investidor de renda fixa deve fazer com sua carteira após o Banco Central subir a taxa Selic para 14,25% e sinalizar uma desaceleração do ciclo de alta em maio?
Na visão da chefe de pesquisa em renda fixa da XP Investimentos, Camila Dolle, faz sentido uma participação menor em papéis prefixados e que esses sejam prioritariamente de prazos mais curtos.
“Seguimos com recomendação para que o investidor tenha uma parcela maior do recursos em títulos pós-fixados e em IPCA+”, disse ela à Inteligência Financeira.
Contudo, a especialista observa que os títulos pós-fixados asseguram uma proteção menor contra a inflação.
Por isso, o investidor deveria resistir à tentação de aproveitar a Selic ainda subindo e colocar tudo em pós-fixados.
Em vez disso, ela aconselha a manutenção de uma parcela de títulos da categoria IPCA+.
Por fim, ela sugere que as alocações tenham como cenário base que o investidor mantenha o papel até o vencimento, para evitar volatilidade.

Riscos de LCIs e LCAs devem aumentar
Além disso, especialistas financeiros também recomendam uma dose extra de cautela aos investidores que procuram títulos de crédito privado.
São os casos das letras de crédito imobiliário (LCIs), das letras de crédito do agronegócio (LCAs), emitidas por instituições financeiras. Bem como dos certificado de recebíveis imobiliários (CRI), dos certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e das debêntures, emitidas por empresas.
Isso porque os juros mais altos aumentam o custo da dívida das empresas, ao mesmo tempo em que o esfriamento da economia pode pressionar as receitas.
Isso atinge mais diretamente empresas de setores como varejo e serviços, que dependem diretamente do crédito para girar suas operações, explica o diretor financeiro da empresa de pagamentos Entrepay.
“Muitos negócios contam com crédito para financiar estoques, antecipar recebíveis ou expandir suas operações. Com juros mais altos, o custo dessas linhas de financiamento sobe, reduzindo a margem de manobra dos empreendedores e exigindo uma gestão financeira ainda mais criteriosa”, afirmou ele.
Nova Selic permite rentabilidade superior a 1% ao mês
O Banco Central elevou a taxa básica de juros, Selic, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, maior nível em 9 anos.
Entretanto, a maioria do mercado já vinha apostando que o BC indicaria redução do ritmo de alta do juro, o que de fato aconteceu.
Agora, as estimativas do mercado para o fim do ciclo de alta da Selic, em junho, circulam entre 15,25% e 15,50% ao ano.
Com esse cenário, os papéis que tenham retorno indicativo mais próximo de 100% do CDI passam a pagar ao investidor 1% ao mês, ou mais.
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