Como investidores experientes aproveitam a marcação a mercado?
A marcação a mercado é um mecanismo que ajusta diariamente o preço dos títulos de renda fixa prefixados ou atrelados à inflação, refletindo o valor que eles teriam se fossem negociados no momento no mercado secundário (quando os investidores compram e vendem entre si). Essa precificação varia conforme fatores como taxas de juros, inflação e risco de crédito.
O conceito é simples: quando as taxas de juros sobem, o preço dos títulos cai; quando os juros caem, o preço dos títulos sobe. Essa dinâmica ocorre porque o valor de resgate dos títulos no vencimento permanece o mesmo. Assim, o preço atual dos títulos precisa ser ajustado para baixo, a fim de oferecer um retorno mais atrativo aos investidores. O inverso também é verdadeiro.
Marcação a mercado com a alta da Selic
Para aplicar estratégias de valorização na renda fixa e aproveitar as oportunidades, é essencial acompanhar as projeções do mercado. Por exemplo: nosso time de macroeconomia estima que a taxa Selic pode alcançar 15,25% ao ano no primeiro semestre de 2025, com expectativa de queda para 13,25% ao ano em 2026. Em cenários como esse, os títulos prefixados podem se tornar mais atraentes, pois permitem travar uma rentabilidade elevada antes da queda dos juros.
Investidores experientes utilizam essa estratégia comprando títulos prefixados quando as taxas estão altas. Assim, quando os juros caem, o preço desses ativos sobe, permitindo uma venda antecipada por um valor superior ao da compra. Isso ocorre, por exemplo, com os títulos públicos, que podem ser vendidos de volta ao Tesouro Nacional por um valor superior ao de compra nesses casos, proporcionando um ganho adicional ao investidor.
Essa lógica também vale para títulos de crédito privado, como CRIs, CRAs e Debêntures prefixadas ou indexadas à inflação. A diferença principal está na liquidez: enquanto o Tesouro Direto possui liquidez diária, garantida pelo Tesouro Nacional, os títulos privados dependem da negociação no mercado secundário, onde é necessário encontrar um comprador disposto a adquiri-los pelo valor desejado.
Quer saber mais?
Lucas Queiroz, Head de Renda Fixa do Itaú BBA, explica em detalhes como essa dinâmica funciona e como identificar oportunidades em momentos de volatilidade.
Texto escrito por Fernanda Cristovão para íon. Para ler outros conteúdos, acesse ou baixe o app agora mesmo.