Itaú (ITUB4) levanta R$ 1,4 bilhão em títulos de biodiversidade

Parte dos recursos serão destinados a programa que trabalha na conversão de áreas de pastagens degradadas para áreas possíveis de serem usadas na agricultura

O Itaú Unibanco (ITUB4) captou R$ 1,4 bilhão no mercado externo em parceria com a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado, e o IDB Invest, área de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os papéis foram divididos em duas tranches, sendo uma delas voltada ao financiamento à biodiversidade e outra destinada a finalidades sociais.

Do volume total, R$ 400 milhões serão destinados ao programa Reverte, que trabalha na conversão de áreas de pastagens degradadas para áreas possíveis de serem usadas na agricultura. A iniciativa é da Syngenta, multinacional de sementes e defensivos, e o Itaú BBA atua como parceiro financeiro.

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    “A emissão é a primeira 100% focada em biodiversidade”, diz Daniel Goretti, diretor da tesouraria do Itaú Unibanco. “O banco tem um compromisso de mobilizar recursos para causas sustentáveis e queremos chegar a R$ 1 trilhão até 2030 para apoiar clientes no desenvolvimento de projetos que, de alguma forma, contribuam positivamente.”

    O restante do empréstimo, R$ 1 bilhão, será direcionado ao financiamento de micro, pequenas e médias empresas. Desse montante, R$ 400 milhões servirão exclusivamente para atender companhias do Rio Grande do Sul, que ainda enfrentam o desafio da reconstrução econômica após as enchentes ocorridas entre abril e maio do ano passado.

    “A iniciativa apoia a preservação do rico patrimônio natural do país e capacita micro, pequenas e médias empresas, proporcionando-lhes o tão necessário acesso ao capital”, diz Manuel Reyes Retana, diretor regional da IFC para a América do Sul. A operação não é a primeira feita com o Itaú. Em 2013, por exemplo, o IFC acertou um empréstimo de US$ 470 milhões para financiar empresas de pequeno e médio porte pertencentes a mulheres.

    “O Brasil tem um potencial enorme para qualquer tipo de instrumento financeiro com impacto no desenvolvimento sustentável. Nós estamos constantemente buscando novos mercados e novas classes de ativo envolvendo o país”, disse Retana.

    Precificação de títulos verdes

    As taxas da operação não foram divulgadas. De forma geral, o fato dos papéis serem rotulados não faz com que o prêmio pago aos investidores nas captações seja menor, diz Goretti. “Mas é possível ver uma diferenciação em termos de volume e no tamanho da demanda, com a entrada de investidores diferentes que estão buscando esse tipo de lastro ou esse tipo de ativo”, afirma.

    Diego Flaiban, diretor e chefe da divisão do setor financeiro no IDB Invest, diz que ainda não existe um “greenium” (vantagem na precificação de títulos verdes) no mercado, mas que “o aumento da demanda no longo prazo deve promover uma redução das taxas”. “Nas captações com títulos soberanos, já vemos uma pequena diferenciação se os papéis são temáticos”, explica.

    O titulo do Itaú segue critérios elegíveis do Framework de Finanças Sustentáveis do banco, de abril de 2024, que está alinhado aos princípios de títulos verdes e sociais da International Capital Market Association (ICMA) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

    Com informações do Valor Econômico

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