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Ciclos econômicos e o futuro do dinheiro: o filme da sua vida financeira
Estamos prestes a presenciar mais uma decisão de juros, tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos. E eu fico pensando em você, que começou a acompanhar sua carteira de investimentos e já percebeu o quanto a economia global influencia seus resultados. Talvez essa história de macroeconomia ainda pareça confusa, cheia de números e notícias que parecem distantes do seu dia a dia.
Veja as finanças como um filme
Imagine que sua vida financeira é como um filme, em que você é o diretor e cada investimento é um personagem com um papel único na trama.
Esse “filme” está sempre em movimento, passando por diferentes cenários econômicos e mudanças ao longo do tempo. Cada decisão de juros é como um novo frame desse filme, representando um momento específico da economia que pode impactar diretamente os seus personagens financeiros.
Selic está em tudo
O protagonista da nossa história é a Selic. Ela é a taxa básica de juros do Brasil, definida pelo Banco Central, e influencia praticamente tudo — desde o custo dos empréstimos até o retorno de diversos investimentos.
Podemos pensar nela como o “custo do dinheiro” no país. Quando a Selic aumenta, o dinheiro fica mais caro: as pessoas consomem menos, e os preços tendem a estabilizar.
Por outro lado, quando a Selic cai, o dinheiro fica mais acessível, estimulando o consumo e aquecendo a economia. No cenário atual, a expectativa é que a Selic continue alta para ajudar a controlar a inflação, nosso próximo personagem importante.
Inflação reduz seu poder de compra
A inflação representa o aumento nos preços ao longo do tempo, o que reduz o poder de compra do dinheiro. Sentimos seu impacto quando percebemos que, com o mesmo valor, compramos menos do que antes. Investimentos atrelados à inflação são personagens fundamentais, protegendo seu dinheiro e mantendo o valor real mesmo que os preços subam.
Mas, assim como o protagonista Selic, a inflação exige equilíbrio: focar demais em investimentos que acompanham a inflação pode desequilibrar a trama da sua carteira de investimentos. A diversificação é essencial para que o filme siga interessante e preparado para qualquer cena.
O que fazer com os investimentos?
A renda fixa e a renda variável também têm papéis importantes nesse enredo. A renda fixa é como um personagem estável, que oferece retornos mais previsíveis e inclui opções como Tesouro Direto e CDBs.
Quando a Selic está alta, a renda fixa se destaca, atraindo investidores em busca de segurança. Já a renda variável, como ações e fundos imobiliários, é mais emocionante e imprevisível, oscilando com fatores diversos. Ela é influenciada pela Selic porque, em momentos de alta, muitos investidores deixam a renda variável em busca de alternativas mais seguras. Mas quando a Selic está baixa, a renda variável volta ao centro do palco, atraindo quem busca maiores retornos.
Relação entre queda de juros americanos e valorização do real
Outro personagem que influencia a trama é o câmbio — a relação entre o real e o dólar. Quando o dólar está alto, o real perde valor, e os produtos importados ficam mais caros.
Apesar da queda da taxa de juros nos Estados Unidos, o dólar ainda permanece em um patamar elevado em relação ao real.
Essa desvalorização do real é mantida não apenas pela política monetária americana, mas também por fatores locais, especialmente relacionados ao nosso ambiente fiscal.
Além disso, o câmbio é sensível às decisões do Banco Central americano, o Fed, especialmente sobre as taxas de juros.
No cenário atual, o Fed está reduzindo os juros, refletindo um momento de ajuste econômico após um longo período de juros altos. Esse movimento enfraquece o dólar e beneficia moedas emergentes, como o real, trazendo novos elementos para a história.
Até as eleições nos EUA têm influência sobre seu dinheiro
Além disso, neste momento, temos as eleições nos Estados Unidos, que influenciam a política econômica americana, o comércio e as regulamentações. Essas decisões têm impacto direto sobre o dólar e o câmbio, influenciando os rumos do filme financeiro no Brasil também.
Essa oscilação entre altas e baixas de juros, tanto aqui quanto nos Estados Unidos, nos lembra que a economia funciona em ciclos.
Ter um elenco diversificado de personagens, ou seja, uma carteira de investimentos equilibrada, permite que você se ajuste a cada cenário e aproveite as oportunidades que surgem em cada fase.
Assim, o filme da sua vida financeira se desenvolve com estabilidade, pronto para enfrentar qualquer mudança de cena.
Qual o futuro do seu dinheiro nesse filme?
A diversificação, porém, não é uma garantia de retorno, mas uma expectativa para o futuro do dinheiro que você guardou.
Essa expectativa é baseada nas projeções que o mercado financeiro faz com base no “frame” da economia de hoje e nas ações que governos e instituições tomam, como o controle da inflação e a adaptação das taxas de juros.
Estamos, no fundo, construindo um “filme” sobre o futuro, com projeções sobre o que é esperado dos ciclos econômicos, sabendo que esses ciclos podem mudar ao longo do tempo. Essas mudanças podem impactar temporariamente a rentabilidade dos seus investimentos.
Mas investir também é aprender a se preparar para essas oscilações, tanto emocionalmente quanto tecnicamente. Assim como as estações do ano mudam, a economia também passa por altos e baixos, e precisamos estar prontos para navegar por essas marés.
No final, uma boa carteira de investimentos é um filme bem roteirizado, com personagens diversos que trazem o equilíbrio necessário para enfrentar as mudanças e garantir que a trama se mantenha interessante e segura ao longo do tempo.
*Texto escrito por Milena Brandão de Oliveira , CFP®, especialista em investimentos da Mesa de Especialistas íon. Para ler outros conteúdos, acesse ou baixe o app agora mesmo
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