Dica do especialista: o que o filme Matrix tem a ver com a queda das criptomoedas?

Muita coisa, como mostra Caio Camargo, do Itaú Unibanco

Matrix é o tipo de filme que inverte toda a lógica. Primeiro porque a trilogia tem quatro filmes. Segundo porque Neo, o personagem central da trama, já começa o enredo falando que não vai explicar como aquela confusão termina, mas quando ela começa. A obra, de 1999, causou estranheza, confusão, amor, ódio, mas ninguém passa batido por ela. Mais ou menos como acontece com o mercado financeiro.

E no Manhã Inteligente desta sexta-feira (20), Caio Camargo, especialista em investimentos do Itaú Unibanco, citou o filme para fazer uma relação com o mundo dos investimentos. “Cada vez mais estamos vendo iniciativas de automatização dos investimentos, com produtos quantitativos, que respeitam o perfil de cada investidor. Mas as máquinas ainda não conseguem superar a intuição humana”, afirmou Caio.

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Como funcionam os robôs de investimentos?

Os robôs de investimentos são tecnologias baseadas em algoritmos que podem ser programados para gerir o patrimônio de investidores, recomendar uma carteira de ativos ou definir o momento de vender ações , entre várias outras aplicações. Eles foram criados no final da década de 1990 e eram o braço operacional da Bolsa de Valores para gerir o enorme volume de dados das transações.

Hoje, embora essa faceta operacional tenha dado lugar à inteligência artificial (IA), ao aprendizado de máquinas (machine learning) e à ciência de dados (data science), os robôs seguem operando como instrumento. A diferença é que eles têm potencial para gerar mais rentabilidade ao investidor, já que suas decisões não levam em conta fatores emocionais como medo e ansiedade.

O problema da racionalidade dos robôs

Mas foi exatamente essa falta de emoção que pode ter levado as criptomoedas a cair vertiginosamente. O mercado global de criptos desabou, com perda de US$ 200 bilhões em apenas 24 horas, após desvalorização da stablecoin TerraUSD. Esses ativos digitais têm um valor mais estável ao longo do tempo. Isto é, são desenhados para que tenham apenas a volatilidade  típica de moedas tradicionais, cujo valor varia menos que o do bitcoin e outras moedas digitais.

Os robôs e as grandes crises

“Em grandes crises, como essa recente envolvendo as criptomoedas, as máquinas venderam moedas digitais para manter a paridade e acabaram quebrando a moeda. Se tivesse um ser humano junto, ele teria apertado o botão do pânico”, afirma Caio. “Os robôs nos superam em velocidade e reconhecem movimentos de mercado. Mas o melhor caminho é o equilíbrio entre o homem e a máquina.”

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