Custódia remunerada pode aumentar sua renda passiva?
Saiba quanto você lucra com a estratégia, também conhecida como aluguel de ações
Você já ouviu falar em custódia remunerada? Também conhecida como aluguel de ações, nada mais é do que “emprestar” (mediante pagamento de juros) um papel para outro investidor. “Basicamente é uma forma de remunerar a posição de quem está comprado no ativo e ao mesmo tempo gerar liquidez para que o mercado possa operar no que chamamos de posição vendida”, explica Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Simplificando: o investidor que deseja colocar sua ação em custódia remunerada sinaliza essa vontade para a corretora. Assim, a partir daquele momento ela poderá emprestar o ativo para outro investidor. “É um serviço em que o dono da ação permite o empréstimo dos seus ativos a terceiros, mediante o recebimento de uma taxa por esse empréstimo, comumente chamada de taxa de aluguel”, complementa Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
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Para investir na modalidade é preciso ter conta em um home broker e em uma corretora autorizada a realizar esse tipo de transação. Já a taxa do aluguel e o tempo são definidos no momento da contratação. “A custódia remunerada é útil principalmente para quem pretende ficar bastante tempo com uma posição. De forma geral, a gestão é bem tranquila e feita pela própria corretora. O investidor não precisa negociar nada”, ressalta Thiago.
Custódia remunerada para ter renda passiva
Na visão de Thiago, essa é uma boa estratégia para ter renda passiva, mesmo que os ganhos baixos. “Dependendo do tamanho da posição, será um ganho pequeno. Mas é uma forma de remunerar sem nenhuma ação por parte do custodiante. O que muda é que ele precisa declarar esses ganhos no do Imposto de Renda”.
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Já Larissa destaca que a custódia remunerada pode ser um bom complemento às estratégias tradicionais de renda passiva, como juros e dividendos, mas não as substitui. “Isso porque taxas de aluguel muito altas, que proporcionariam uma renda passiva relevante por si só, geralmente indicam uma alta demanda pelo aluguel daquele papel, o que por sua vez sugere uma alta atividade de venda a descoberto”, ressalta.
De acordo com a especialista, essa é uma operação em que investidores estão apostando na queda da ação, o que por si só tende a pressionar o preço para baixo. “Ativos percebidos como bons investimentos geralmente têm taxas de aluguel baixas, frequentemente abaixo de 5% a.a., o que está bem abaixo de estratégias de renda tradicionais em ativos de alta qualidade. Mesmo assim, como complemento de renda, pode ser interessante”.
Quais cuidados tomar?
Larissa destaca alguns pontos de atenção quando o assunto é custódia remunerada. “O primeiro cuidado ao emprestar seus ativos por meio da custódia remunerada é saber que você está viabilizando as vendas a descoberto. Por mais que um investidor individual dificilmente influencie no preço do ativo (assumindo que não seja um investidor muito grande), é importante ter isso em mente”.
Além disso, de acordo com a especialista, olhar apenas para as altas taxas de aluguel pode ser um erro. “Isso pode indicar problemas maiores naquele ativo. Nesse caso, o investidor pode ganhar na taxa de aluguel, mas entregar tudo o que recebeu (ou mais) na desvalorização de preço. Por fim, é importante ter em mente que a corretora costuma reter boa parte dessa taxa, de forma que o proprietário do papel recebe apenas uma parte do que o tomador pagou”.
