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Como Rogério Xavier, da SPX, avalia o momento do banco Bradesco (BBDC4)
Empresas citadas na reportagem:
Responsável pelas alocações de juros da SPX Capital, que fundou em 2010, Rogério Xavier raramente fala sobre renda variável – seja sobre papéis ou sobre as companhias por trás deles.
No entanto, em entrevista ao PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira, o gestor dividiu percepções sobre as ações que mais acredita. Também comentou sobre o setor bancário. Em especial, sobre o Bradesco (BBDC4), que vive um dos momentos mais difíceis de sua história.
O Bradesco fez uma aposta na ampliação de concessão de crédito para o varejo durante a pandemia. Sofreu com a inadimplência e, desde então, vem perdendo espaço para os demais competidores.
A situação do banco vem se agravando também com a avanço dos bancos digitais, que crescem sobre o perfil de baixa renda, no qual o banco é especializado.
Fintechs comeram mercado do Bradesco, diz Rogério Xavier
“O mercado das fintechs, eles abocanharam um pedaço importante da receita e do segmento dos bancos”, diz Rogério Xavier, da SPX. Ele também aponta as dificuldades do banco em avançar no atacado, no segmento de mercado de capitais.
“O Bradesco tem menos força, por exemplo, na parte do mercado de capitais. E tem outros bancos que são mais fortes. Então, ele (o Bradesco) perde não só o market share do setor bancário, como ele não ganha na parte de mercado de capitais”, avalia o fundador da SPX.
Bradesco hoje é quarto banco
O banco, que já foi a maior instituição bancária do país, foi perdendo espaço no ranking. Desde a divulgação do balanço financeiro do quarto trimestre de 2023, caiu para a quarta posição. Na ocasião, reportou lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no período, resultado 37,8% abaixo do consenso dos analistas de mercado.
Hoje, o Bradesco tem valor de mercado abaixo de R$ 140 bilhões. É superado pelo Banco do Brasil, o terceiro, que vale pouco menos de R$ 170 bilhões. O segundo no ranking é o BTG Pactual, com pouco mais de R$ 175 bilhões.
O Itaú Unibanco é o atual líder, com valor de mercado pouco abaixo de R$ 320 bilhões. Os dados são de Einar Rivero, sócio-fundador da Ayta Consultoria.
Rogério Xavier: Bradesco deve se recuperar
Para Rogério Xavier, que falou ao podcast na SPX um dia depois da divulgação dos resultados do Bradesco, quando as ações caíram 15%, o banco deve se recuperar.
“O preço do Bradesco já está incrivelmente baixo. Ontem foi incrível. Mas eu acredito muito na capacidade daquelas pessoas de reposicionarem o banco e o banco sair melhor no futuro”, diz.
Ele pondera, contudo, as dificuldades. “Mas o ambiente é hostil. Eles têm que saber lidar com esse ambiente hostil, se posicionarem rápido”.
Ações de empresas
Questionado sobre quais ações ele mais gosta, Rogério Xavier lembra que não pode investir diretamente em papeis em virtude de seu mandato na SPX.
“Eu não posso fazer isso aqui na SPX, porque se você quiser estar investindo em ações, você tem que estar investido nos fundos de ações (da SPX)”, afirma.
Mas, instigado um pouco mais, ele entra no assunto.
“Eu tenho a impressão que essa parte dos winners, no mercado acionário global, eles estão determinados”, opina. “Eu acho que quando a gente pensa nos sete grandes, eles já são os vencedores. Eles serão ainda mais os vencedores”.
Chamado de “Magnificent Seven”, o grupo de sete empresas vencedoras destacadas por Rogério Xavier inclui a Alphabet (gestora do Google), Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
“Eu acho que a Microsoft, junto com a operação que eles estão fazendo com a Open AI, é fortíssima. Acho que o Google, acho a Meta, eu acho que essas empresas elas vão ser as vencedoras”, destaca.
Para ele, o resto das empresas do mercado vai ficar para trás. “(As outras) não conseguiram acompanhar essa evolução tecnológica de produção”, avalia.
Nvidia é a estrela
Segundo Xavier, a Nvidia é sua favorita. Ou melhor, a preferida pelos filhos.
“Eu tenho dois fanáticos filhos que acompanham de perto a companhia e são investidores da companhia”. O filho de Xavier, por gostar de games, conversa com o pai sobre a diferença dos gráficos produzidos pelos processadores da empresa.
Já a filha trabalha na indústria de cinema. “Ela produz desenhos para as cenas que serão produzidas e aprovadas pelos diretores de cinema. Diz que não tem nada que chegue perto do que é produzido pela Nvidia”, afirma.
Para Xavier, a inovação tecnológica que a Nvidia insere no mercado a cada movimento é cada vez melhor. “É uma realidade, é uma definição de gráficos que é uma coisa impressionante. Então, eu também acho que a Nvidia é uma grande opção para as pessoas. Está caro, está muito caro, mas é daquelas empresas que vão ficar ainda mais caras, porque eu acho que eles, eles serão os grandes vencedores.”
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