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120% do CDI e baixo risco: FIDC de varejo ganha tração e chega ao Íon, do Itaú
O Solis Pioneiro, primeiro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para o público de varejo, começou a ser oferecido em outubro na plataforma de investimentos Íon, do Itaú.
O movimento acontece à medida que cresce a procura por alternativas aos instrumentos de crédito privado, como debêntures.
O Pioneiro estreou no mercado em junho e já captou R$ 85 milhões entre 1,5 mil cotistas.
O FIDC tem gestão da Solis Investimentos, especializada no setor e que tem R$ 17,6 bilhões sob gestão. Ela cuida de 16 mil cotistas.
Segundo o sócio-diretor na Solis, Ricardo Binelli, o FIDC tem uma combinação atrativa de rentabilidade e risco, em particular para investidores que tenham disposição para diversificar o patrimônio com uma aplicação de prazo maior.
Por um lado, a rentabilidade dos fundos reflete mais de perto os juros da economia real porque incluem recebíveis das empresas.
De outro, é menos volátil por causa da própria forma como os fundos são constituídos, já com uma margem para proteção contra risco de inadimplência.
Assim, a Solis investe em cerca 120 fundos, incluindo seus cerca de 60 e outros no mercado.
E, mesmo diante de crises como a gerada no ano passado pelas recuperações judiciais de Americanas e Light, os fundos tiveram performances resilientes.
“Logo, aquela pergunta se está na hora de investir não vale pra FIDC, que é um produto muito estável”, afirmou Binelli.
Desempenho do FIDC Solis Pioneiro
O Pioneiro vem rendendo uma média de 115% a 120% do CDI ao mês. Isso equivale a algo ao redor de 13% ao ano.
É uma rentabilidade equivalente ou superior a títulos de crédito privado, como debêntures. Investidores, porém, vêm procurando opções a debêntures ou emissões como certificados de recebíveis imobiliários (CRI) ou do agronegócio (CRA), cujos prêmios sobre os títulos públicos caíram nos últimos meses.
Por outro lado, o FIDC tem um prazo de D+60, ou seja, o resgate acontece dois meses após o pedido pelo cotista.
Enquanto isso, a taxa de administração total, incluindo remuneração de administrador, custódia e distribuição, é de 1,3%.
O produto permite investimento a partir de R$ 100. O FIDC é levado ao mercado por meio do BTG Pactual. Mas a Solis negocia com outras instituições para distribuição do produto nos próximos meses.
Entenda | O que é FIDC? |
FIDCs são veículos de investimento com lastro em recebíveis de empresas (duplicatas, cheques e recebíveis de cartão de crédito, por exemplo); Nesse desenho, a empresa vende um produto a prazo para o consumidor. Ela então vende o direito ao pagamento futuro a que tem direito para um FIDC; O FIDC então antecipa o recebimento destes recursos, em troca de um taxa de desconto que, por outro lado, remunera os investidores do fundo; Assim, o investidor fica indiretamente exposto ao risco de a empresa não receber as prestações futuras; O gestor pode direcionar parte dos recursos para outros ativos, como títulos públicos, mas pelo menos metade do patrimônio tem que ser aplicada em direitos creditórios. |
Histórico dos FIDCs no Brasil
Os FIDCs existem desde 2001, mas eram restritos ao público com pelo menos R$ 1 milhão para investir. Atualmente, há 284 deles listados na B3.
No fim de 2023, contudo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mudou a regulação, permitindo a distribuição também entre investidores de varejo.
Cerca de seis meses depois, a Solis lançou o FIDC Pioneiro.
Para este público, no entanto, o fundo só pode incluir cotas seniores, o significa um nível de risco menor.
Além disso, o Pioneiro só aplica recursos em FIDCs que tenham rating de uma agência de classificação de risco.
Ademais, neste caso a Solis só aplica em fundos que têm crédito ‘performado’, ou seja, o recebível refere-se a um produto vendido ou serviço já prestado, o que reduz o risco de calote.
Por fim, dependendo da composição da carteira, como é o caso do Pioneiro, o fundo é isento do come-cotas, a impopular cobrança antecipada de Imposto de Renda (IR), que ocorre em alguns tipos de fundos de investimentos.
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