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Qual a valorização do bitcoin desde sua criação e quanto ele ainda pode subir depois do halving?
A realização do halving nesta sexta-feira (19) delimita mais um ciclo de valorização do bitcoin desde sua criação. Depois de ser o investimento que mais subiu em 2023, a criptomoeda experimenta ganhos de mais de 50% em 2024, confirmando a tese da valorização pré-halving.
Mas o que virá pela frente? Os ativos de risco pelo mundo estão sob ameaça de uma política de juros mais restritiva do que a imaginada anteriormente, o que direciona capital para a renda fixa. Isso afetará o desempenho da criptomoeda em 2024? Veja o que dizem especialistas sobre o que esperar do bitcoin pós-halving.
Qual a valorização do bitcoin desde sua criação?
Quem comprou 1 BTC em 2008 e carregou a criptomoeda até hoje em sua carteira tem um valor de cerca de US$ 62 mil, que é quanto custa um bitcoin hoje.
Apesar de o white paper do bitcoin ter sido lançado no final de 2008, demorou para que as primeiras criptomoeda passassem a ser negociadas amplamente.
“No começo, ou você minerava ou comprava de alguém que minerou. Entre 2009 e 2010 começou ter esse movimento de compra”, explica Rony Szuster, analista de research do MB.
No início das negociações de bitcoin, o valor por moeda era irrisório. Em consulta a dados históricos, a analista e trader da Ripio, corretora de criptomoedas, Ana de Mattos, indentificou que a mínima do bitcoin foi de US$ 0,05 por unidade da moeda em julho de 2010. Ou seja, o valor do bitcoin em 2010 era de cinco centavos de dólar.
“Alguns sortudos sequer pagaram qualquer cotação pelo ativo, porque, naquele período de lançamento, vários internautas foram convidados a testar e minerar as transferências de bitcoin como parte de um processo de melhoria do código e do protocolo que estava sendo lançado naquela época”, explica Ana, da Ripio.
O bitcoin vai subir? Vale a pena investir no cenário atual?
A valorização do bitcoin deve continuar em 2024, segundo os analistas consultados pela Inteligência Financeira.
“Mesmo com a queda dos últimos dias por conta da guerra e do halving, não parece que o ciclo já tenha chegado no topo, apesar de ter batido o patamar máximo do ciclo anterior”, diz Szuster, do MB.
Além disso, há no horizonte o aumento do fluxo de capital em direção a esses ativos devido aos ETFs de Hong Kong, que foram lançados, mas ainda não começaram a ser negociados, algo que deve acontecer na semana que vem.
Tem também o impacto das negociações envolvendo a Grayscale, uma das principais gestoras de criptoativo dos Estados Unidos, que tem visto seu capital diminuir desde que converteu seu fundo em ETF. “Uma hora (a saída de capital) vai acabar. E o saldo dos outros ETFs têm seguido positivo”, acrescenta Szuster.
Valorização do bitcoin acima dos US$ 100 mil?
O MB projeta um crescimento de até 100% até o final de ciclo de alta, que não virá antes de 2025, segundo a empresa.
“A gente acredita que pode dobrar até o final do ciclo de alta, até em torno de 120 mil dólares por unidade. Mas obviamente, nada disso é certeza. A gente sabe que US$ 100 mil vai enfrentar uma barreira muito grande, por ser uma barreira psicológica mesmo. Mas estamos ainda bullish para bitcoin neste ano ainda até o começo de 2025”, explica o representante do MB.
A projeção está em linha com o crescimento histórico do bitcoin, que dobra de preço após ciclos completos, que envolvem a fase pré-Halving, o período de Bear Market (alguns dias antes do Halving) e o pós-halving, em que o preço se consolida e passa a andar de lado. E, enfim, a fase de valorização, em que o mercado sente o aumento da demanda por bitcoin ao mesmo tempo que não há oferta de novas moedas disponíveis.
“Para este próximo ciclo, salvo eventos catastróficos que possam atingir os mercados financeiros, podemos esperar que o bitcoin passe por um período de acumulação e reacumulação, com os preços formando consolidações e andando de lado por um tempo, para que em seguida passe para a fase de valorização exponencial até o final deste ciclo em curso, desempenhando em patamares próximos aos US$ 100 mil” diz Ana, da Ripio.
Queda dos juros pode favorecer criptomoeda
Rodrigo Cohen, planejador financeiro e co-fundador da Escola de Investimentos, diz que os US$ 100 mil são uma espécie de “número mágico” no qual as principais casas que negociam criptomoedas se ancoram para tentar dar um horizonte à valorização do bitcoin.
Mas também as instituições tradicionais apontam para uma valorização.
“O próprio Goldman Sachs prevê que não é só o halving que irá mover o preço para cima. A alta vai depender também de condições melhores no cenário macro. Isso inclui algum início de queda de juros nos Estados Unidos, que dê mais otimismo também para as bolsas”, ressalta Cohen.
Ele avalia que o patamar pode, sim, ser atingido, mas ressaltando que é difícil prever de fato se o bitcoin respeitará a teoria dos ciclos, que nem sempre ocorre como o esperado.
Contraponto: quedas ‘fora da agenda’ podem surpreender
Historicamente, os ciclos do bitcoin se mostraram eficientes.
Entretanto, isso não foi uma regra no ciclo após o terceiro halving. O bitcoin desvalorizou 77% desde o preço máximo do ciclo, de US$ 69 mil, registrado em novembro de 2021. Na mínima do mesmo ciclo, o patamar foi de US$ 15.479, anotado em novembro de 2022.
“Alguns dos principais catalisadores para essa queda expressiva do mercado cripto foram a quebra do projeto Terra (LUNA), que causou prejuízos. Além disso, o caso de falência de uma das maiores exchanges do mundo, a FTX. Esses foram alguns dos eventos que abalaram a confiança do mercado por um período”, alerta Ana, da Ripio.
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