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O que são nanocoins? Saiba como investir, quais são seus perigos e como se proteger
As moedas digitais tiveram um ano de ganhos bem acima da média em 2023, com o Bitcoin, por exemplo, avançando mais de 160% e liderando os ganhos entre todos os principais ativos globais. Mas algumas nanocoins tiveram resultados muito superiores. E não são poucos os casos.
Entenda o que são nanocoins, as que mais valorizaram no último ano e como investir se protegendo de fraudes nesse ativos, que chegaram a subir mais de 10.000% em 12 meses nos casos de maior sucesso.
O que são nanocoins?
Apesar de serem criptoativos, as nanocoins não são classificadas como criptomoedas, que é uma classe à parte.
Nesse sentido, “nanocoins são criptomoedas que custam poucos centavos e que acredita-se que podem entregar valorizações astronômicas”, na definição de Israel Buzaym, diretor de comunicação do Bitybank, empresa especializada no armazenamento de criptoativos.
Mas, é importante ponderar, os riscos também podem ser igualmente astronômicos.
Além disso, as nanocoins se caracterizam por não terem marketcap (valor de mercado) superior a US$ 1 bilhão no melhor momento.
“Quase sempre, o marketcap é menor que US$ 100 milhões”, destaca André Franco, analista-chefe do MB, antigo Mercado Bitcoin.
Nanocoins que mais se valorizaram no último ano
Nanocoins que mais valorizaram | Valor de mercado (estimativa) | Valorização semanal | Valorização anual | |
1ª | Nuritopia | US$ 1,65 milhão | +3,21% | +>10.000% |
2ª | Nyxia AI | US$ 785,09 mil | +290,84% | +>10.000% |
3ª | Solama | US$ 10,75 milhões | +841,62% | +>10.000% |
4ª | Whales Market | US$ 1,21 milhões | -22,07% | +>10.000% |
5ª | Luna Inu | US$ 22,39 milhões | +1.263,89% | + >10.000% |
6ª | DeepFakeAI | US$ 31,11 milhões | +443,23% | + 3.854,35% |
7ª | EGG | US$ 997,06 mil | + 1.109,67% | +3.476,77% |
8ª | Rocky the dog | US$ 7,27 milhões | +162,05% | +2.992,39% |
9ª | Moon Tropica | US$ 74,27 milhões | +27,50% | + 1.886,02% |
10ª | Bomber Coin | US$ 2,78 milhões | não divulgado | + 1.739,95% |
As nanocoins são seguras?
As grandes moedas digitais, com capitalização de mercado acima de US$ 50 bilhões, gozam de maior confiança do mercado porque têm maior liquidez, ou seja, um grande número de pessoas interessadas em comprar o ativo. Isso garante que os preços não caiam tanto nem tão rapidamente.
Contudo, não há liquidez na mesma proporção entre a maioria das nanocoins. Esse é um dos motivos que podem fazer uma nanocoin menos segura.
“Um grande risco das nanocoins é de o projeto ir a zero, ou seja, cair perto de 100%, e nunca mais retornar aos preços de alta histórica. Isso aconteceu várias vezes ao longo dos últimos anos”, ressalta o executivo do Bitybank.
Portanto, a volatilidade dessas moedas é muito maior porque esses ativos não possuem a mesma consistência das gigantes. Isso quando são idôneas.
Possibilidade de golpes
Há, entre as nanocoins, possibilidade de fraudes. Alguns produtos vendidos como nanocoins são na verdade um scam, ou seja, golpes cibernéticos.
Em resumo, as pessoas por trás do ativo prometem projetos inovadores e ganhos geralmente astronômicos. Contudo, depois, as moedas são retiradas do mercado pelos criadores, sem que apresentem real valor como outras nanocoins.
Nesses casos, é comum não haver uma equipe de desenvolvedores e, portanto, projeto real que sustente a nanocoin como um ativo legítimo.
Assim, no caso de fraudes relacionados a nanocoins que não têm projetos e equipe de desenvolveres de fato, os investidores arcam sozinhos com o prejuízo.
Como se proteger?
A maneira mais eficiente de se proteger ao investir em nanocoins é conhecer o paper daquele ativo, ou seja, o projeto formalizado. Esse documento vai indicar com que finalidade e para qual público aquele projeto foi desenvolvido, entre outras informações.
Além disso, é importante conhecer a equipe que desenvolveu o projeto, inclusive buscando mais informações sobre cada membro e o currículo de cada um. A ausência de uma equipe é indicativo importante de algo com problema.
Depois, é aconselhável negociar via exchanges conhecidas, como a Binance e a MB, por exemplo. As corretoras de criptoativos funcionam como um crivo, embora não possam garantir 100% da idoneidade dos ativos negociados.
Essas corretoras fazem uma curadoria antes de inserir as moedas, “olhando, por exemplo, o volume de negociação, que é um dos fatores a serem analisados. Além disso, o investidor precisa fazer sua própria pesquisa”, destaca Buzaym.
Mas também é possível se prevenir ao comprar fora das exchanges. Se for de outra pessoa, é preciso ter certeza da reputação. Além disso, se assegurar de que a transação está em conformidade com a questão regulatória, caso contrário, o comprador pode vir a ter problemas com a Receita Federal.
Prejuízos com desvalorização
Agora, com relação a prejuízos relacionadas a desvalorização de projetos idôneos, a maneira de se resguardar é investir um percentual apenas marginal, sem comprometer a reserva de emergência. Além disso, elas devem responder por um percentual menor entre os ativos de risco, dada sua volatilidade.
Além disso, os especialistas indicam não retirar o investimento em casos de queda acentuada, tendo em vista que projetos consolidados tendem a retomar bons patamares de preço.
Onde guardar?
Além de saber de cuidados sobre qual nanocoin comprar e de quem adquirir o ativo, é preciso ter certeza da segurança de local onde o ativo será guardado.
“Se usar alguma plataforma de swap ou dex, precisa se assegurar de que a plataforma é confiável, conferir os endereços antes de assinar as transações, não clicar em links duvidosos e se assegurar de que o computador ou celular não está infectado com algum malware que rouba as criptos”, alerta Busaym.
Outra maneira é guardar em um hardware desconectado de qualquer rede, as chamadas cold wallets. Neste caso, os cuidados devem ser semelhantes ao de uma carteira física cheia de dinheiro: guardar longe do acesso fácil de outras pessoas.
Além disso, é importante utilizar senhas para acessar os ativos. Neste caso, o cuidado está também no armazenamento da senha e, evidentemente, em não esquecer o código de acesso.
O que muda em relação às grandes criptomoedas, como Bitcoin?
Como dito anteriormente, nanocoins não são criptomoedas, como o Bitcoin, mas pertencem à mesma classe de criptoativos, com as nanocoins oferecendo risco muito maior.
Além disso, há diferenças importantes na tecnologia utilizada em cada um dos casos.
Um dos pontos é a utilização de block-lattice em alguns projetos de nanocoins, com cada conta tendo uma espécie de blockchain própria.
Resumidamente, a diferença entre block-lattice e uma blockchain convencional, como a do Bitcoin, é a maneira como as transações são tratadas.
“Na blockchain do Bitcoin, os blocos contêm todas as transações e as validações feitas pelos mineradores. No formato block-lattice, as transações são assíncronas. Ou seja, elas acontecem paralela e independentemente da construção da cadeia de blocos”, explica Buzaym.
Como as nanocoins podem ser usadas?
Do ponto de vista de compra e venda, há nanocoins que podem ser usados pelos usuários de jogos online para trocar itens dentro da plataforma.
Mas a principal utilidade está mesmo em investimentos.
“Como o Bitcoin atingiu mais de US$ 1 trilhão (ou seja, mil vezes mais que o valor máximo de uma nanocoin: US$ 1 bilhão), a expectativa de muitos investidores é de encontrar entre as nanocoins o próximo Bitcoin ou a próxima moeda que entregará retornos parecidos”, complementa o executivo do Bitybank.
Possíveis vantagens das nanocoins
Pelo fato de serem desconhecidas e pequenas, elas podem entregar retornos maiores, “desde que o projeto faça sentido e o mercado abrace”, analisa Franco, do MB.
Algumas das nanocoins têm grandes chances de multiplicar muito o marketcap, de acordo com Buzaym. “Alguns dos grandes projetos que hoje têm capitalização de mercado de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões foram nanocoins um dia”, destaca Buzaym.
Além disso, o sistema block-lattice, citado anteriormente, pode entregar transações mais rapidamente e a um preço menor, o que aumenta o potencial de negociação das nanocoins.
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