Como juntar R$ 100 mil em 2 anos?
Juntar R$ 100 mil em 2 anos é um objetivo desafiador, principalmente para as pessoas que ainda não têm o hábito de poupar e não sabem onde investir. Mas é possível chegar lá com disciplina e aportes mensais.
Com isso em mente, a reportagem da Inteligência Financeira conversou com Wanessa Guimarães, planejadora financeira CFP pela Planejar, para entender quanto você terá que investir para alcançar essa meta.
A magia dos juros compostos
Antes de qualquer coisa, Wanessa diz que o investidor sempre está sujeito ao cenário econômico vigente e precisa se aproveitar disso. Juros elevados encarecerem o crédito, diz a especialista, mas também trazem taxas de retorno maiores na renda fixa, modalidade de investimento mais conservadora. “É uma oportunidade.”
As primeiras opções que vêm à cabeça são os títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional e atrelados à Selic ou ao IPCA. Mas a analista afirma que também há boas oportunidades na renda fixa privada, desde os CDBs, até fundos de renda fixa e produtos de crédito privado de alta qualidade.
“Não existe nenhum investimento que consiga proporcionar, ao mesmo tempo e na mesma medida, rentabilidade, liquidez e segurança. Como buscamos rentabilidade e segurança nesse caso, um caminho é abrir mão da liquidez e buscar produtos com vencimentos mais curtos, dentro do prazo estipulado.”
Como juntar R$ 100 mil em 2 anos?
Veja, então, algumas estratégias para alcançar seu objetivo:
- Considerando um CDB com rendimento de 116% do CDI, você precisaria investir aproximadamente R$ 3.702,90 por mês durante 24 meses para atingir a meta de R$ 100 mil;
- Se o rendimento for de 11,05% (igual ao do CDI nos últimos 12 meses) ao ano, você precisaria investir R$ 3.761,61 por mês;
- Já em um título público pós-fixado, com rendimento de IPCA (4,46% nos últimos 12 meses) + 6%, seria necessário aportar aproximadamente R$ 3.772,48 por mês durante 24 meses para atingir a meta de ter R$ 100 mil.
5 maneiras para juntar dinheiro
Agora que você já sabe que é difícil, porém não impossível juntar R$ 100 mil em 2 anos, é preciso começar a poupar. E, com alguns passos simples, é possível interiorizar esse hábito. Anote aí as dicas da Wanessa:
1. Tenha uma reserva de emergência
Antes de começar a investir, é preciso ter uma reserva de emergência, calculada com base nos seus gastos médios mensais. “Imprevistos podem ocorrer e, se a pessoa não tiver uma reserva, terá que mexer nos seus investimentos”, diz.
2. Tenha sempre um objetivo
A maioria das pessoas não tem prazer em investir, e sim em gastar. Então, para estar sempre motivado e conseguir consistência nos planos de poupança, a planejadora sugere que o investidor sempre tenha projetos, propósitos para se guiar.
“Se a pessoa estabelecer um objetivo específico, como a compra de um carro, o propósito de investimento fica mais real e simples de perseguir. É mais fácil perder o foco quando se poupa por poupar”, diz.
3. Precifique seu objetivo
Com um objetivo em mente, o próximo passo é estabelecer um prazo para alcançá-lo – como juntar R$ 100 mil em 2 anos. Assim, diz Wanessa, será possível ter uma noção sobre o tempo de poupança necessário. “Se dividirmos o valor objetivo pelo número de meses até o prazo, teremos uma ideia de qual terá que ser o aporte mensal.”
4. Automatize processos
Para quem tem dificuldades em separar recursos para investir ou mesmo priorizar o investimento no cotidiano, a analista afirma que automatizar processos financeiros pode ser de grande valia. Uma transferência ou Pix agendados com recorrência bastam para que o repasse de recursos se torne algo como um “débito automático”, e não uma decisão que precisa ser tomada mensalmente.
5. Hierarquize seus gastos
Para poupar dinheiro, provavelmente você terá que cortar gastos. Antes de cortar aquilo que parece supérfluo, no entanto, avalie o contexto.
“Investir o que sobra não funciona, porque nunca vai sobrar. Mas o corte de gastos precisa ser bem pensado. A pizza de fim de semana pode ser descartável para alguns, mas para você pode ser o momento de reunir a família, conversar sobre a semana. Reflita sobre a importância dos seus gastos”, diz Wanessa.
Leia a seguir
